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Bradesco quer ser minoritário em seguro de grandes riscos

01/12/2015 às 10h23


O Bradesco planeja transferir sua operação de seguros para grandes riscos e agrícola para uma jointventure, que será controlada por uma seguradora internacional que atue no ramo, e terá o banco como acionista minoritário. A expectativa é que o anúncio do nome do parceiro seja feito no começo do ano que vem, afirmou ontem o presidente do segundo maior banco privado do país, Luiz Carlos Trabuco Cappi, em evento com investidores em São Paulo.


Segundo Trabuco, o plano para a área de grandes riscos do banco foi delineado por Marco Antonio Rossi, presidente da Bradesco Seguros que faleceu no começo de novembro. "O conselho de administração do banco aprovou o plano de encontrar um parceiro internacional, que fosse o controlador de uma nova companhia, para cuidar de grandes riscos e do seguro agrícola", afirmou, ponderando que essas linhas demandam um conhecimento muito específico além de forte capacidade de resseguro.


No ano passado, o Itaú Unibanco vendeu toda a sua operação de seguros de grandes riscos para a seguradora americana Ace.


Agora, o Bradesco está avaliando uma "lista curta" de candidatos a parceiros.


O banco vai manter uma participação na nova estrutura, dada a sua capacidade de originar negócios, disse Trabuco, sem detalhar o ganho que a transferência dos ativos pode trazer para a instituição e nem o tamanho da carteira de seguros de grandes riscos do banco. Também no evento, negou que o banco esteja em busca de comprar seguradoras de varejo para complementar sua operação.


Trabuco ainda deixou claro que o banco não tem intenção de comprar o BTG Pactual. "Não fomos procurados pelo BTG Pactual e dentro da nossa estratégia de atuação não faria sentido", disse, lembrando que o banco está no meio do processo de aquisição da unidade brasileira do HSBC. "Não tem sentido desviar um minuto da nossa atenção, nem um montante do nosso capital, para um processo de compra de algo que nem sabemos se à venda está".


Na visão do executivo, o episódio da prisão preventiva do controlador do BTG Pactual causa uma "turbulência temporária" no país, "mas é algo superável".


"Os bancos brasileiros, incluindo o BTG Pactual, têm uma supervisão bastante rígida do Banco Central", disse.


O processo de sucessão do comando do Bradesco, abalado pela morte prematura de Rossi, em um acidente de avião, foi abordado por Trabuco.


Rossi era cotado para assumir o lugar de Trabuco em 2017, após o atual presidente do banco completar 65 anos, idade estatutária para que deixe o cargo. Segundo Trabuco, adiar sua data de aposentadoria "não faz sentido, nem seria adequado".


"O conselho de administração está olhando as oportunidades que a organização oferece para sucessão", afirmou. Ele também disse que uma decisão definitiva sobre o comando da área de seguros do banco, que está ocupado interinamente por Randal Zanetti, será tomada no primeiro trimestre de 2016.


Sobre o desempenho do banco no ano vem, o presidente do Bradesco disse que a demanda por crédito deve seguir fraca em 2016, à semelhança do que foi visto em 2015. "A demanda por crédito está baixa e vai continuar baixa no ano que vem", afirmou. "O crédito tem uma forte correlação com o PIB".


A visão dele é que embora a inadimplência possa "mudar de patamar" no ano que vem, a mudança será gradual. "Havendo um aumento de inadimplência, será diferente e menos forte que o visto em 2012", disse.


"Um retorno [sobre patrimônio] na casa de 18% é perfeitamente possível para 2016", ponderou.


Questionado sobre o interesse em participar do financiamento a concessões de infraestrutura, que o governo espera leiloar ao longo do ano que vem, Trabuco disse que, embora o banco tenha interesse nessas operações, "falta funding de longo prazo e taxa adequada de retorno para esses processos".


"O custo de capital ponderado a risco no Brasil está muito elevado, então há uma equação que não torna viável o financiamento à infraestrutura nas atuais condições de funding e prazo", disse Trabuco.



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