“O comitê nota que indefinições e alterações significativas na trajetória de
geração de superavit primários, bem como na sua composição, impactam as
hipóteses de trabalho
contempladas nas projeções de inflação e contribuem para criar uma percepção
negativa sobre o ambiente macroeconômico“, traz o texto.
O Copom indicou, porém, que a política fiscal não seria constrangimento para
uma eventual ação. “O Comitê entende que, independentemente do contorno das
demais políticas, a política monetária deve se manter vigilante, de forma a
assegurar o cumprimento dos objetivos do regime de metas e a convergência da
inflação para a meta de 4,5% no horizonte relevante”, afirma na ata.
Para que tenha tal convergência, o BCacredita ser necessário a manutenção do
patamar da taxa básica de juros "por período suficientemente
prolongado". As projeções de inflação no cenário de referência da
instituição subiram tanto para 2015 como para 2016e estão acima do centro da
meta. Essas estimativas levam em conta dólar a R$ 3,85 e manutenção da Selic em
14,25% ao ano no horizonte relevante. Também no cenário de mercado as projeções
de inflação para os dois anos aumentaram e encontram-se acima da meta de 4,5%.
“O Comitê ressalta que há incertezas associadas ao balanço de riscos,
principalmente, quanto à velocidade do processo de recuperação dos resultados
fiscais e à sua composição, e que o processo de realinhamento de preços
relativos mostra-se mais demorado e mais intenso que o previsto”, afirma no
texto. “Nesse contexto, o Comitê entende que, independentemente do contorno das
demais políticas, a política monetária deve se manter vigilante, de forma a
assegurar o cumprimento dos objetivos do regime de metas e a convergência da
inflação para a meta de 4,5% no horizonte relevante.”
O Copom descreve uma atividade econômica mais fraca e observa também que “o
consumo privado se contrai”. Até setembro, notava que o consumo privado
mostrava sinais de contração. Complementou que o ajuste na atividade “tem se
mostrado mais intenso e pode ser mais longo que o antecipado” e reafirmou a
possibilidade de um cenário de aumento da produtividade puxado pelo setor
externo e pelo rebalanceamento da demanda interna entre o investimento e o
consumo e na oferta entre a indústria e serviços.
“Entretanto, a velocidade de materialização dessas mudanças e dos ganhos delas
decorrentes, depende, fundamentalmente, de uma trajetória de superavit
primários que
fortaleça a percepção de sustentabilidade do balanço do setor público, além da
redução de incertezas que cercam o ambiente doméstico”, afirma.
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