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BC monitora situação da instituição financeira
26/11/2015 às 10h01
O Banco Central está monitorando os impactos no banco BTG Pactual da prisão de seu presidente, André Esteves, num desdobramento da Operação Lava-Jato.
Oficialmente, o BC não deu detalhes sobre o que seria esse monitoramento.
Mas um procedimento padrão nessas situações é o acompanhamento mais próximos dos indicadores de liquidez do banco, além de um mapeamento do nível de exposição de outras instituições, segundo uma fonte que ocupou cargo de comando na fiscalização do BC. Em casos de maior impacto, como o atual, os fiscais do BC costumam ir pessoalmente à instituição financeira para avaliar a situação.
Segundo essa fonte ouvida pelo Valor, a prisão do dirigente de um banco não é, por si só, motivo para nenhum tipo de interferência do Banco Central na instituição financeira. O que conta é a saúde financeira do banco.
A autoridade monetária declarou ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, que o BTG Pactual "apresenta robustos indicadores de solidez financeira e continua atuando normalmente no mercado".
A prisão de Esteves não significa, necessariamente, que ele esteja impedido de exercer cargo em instituição financeira. O afastamento só costuma ocorrer se houver uma condenação.
Um exemplo é a ex-presidente do Banco Rural Katia Rabello, que foi condenada no julgamento do Mensalão. Em 2010, quando seu processo ainda estava em andamento na Justiça, mas sem decisão final, seu nome foi aprovado pelo BC para exercer cargo no conselho de administração de empresas do Rural.
Mesmo depois da condenação de Katia Rabello, em novembro de 2012, o Banco Rural continuou a operar. Mas, devido a dificuldades financeiras que vinham antes do Mensalão e que foram agravadas pelo escândalo, o Banco Rural sofreu liquidação extrajudicial pelo BC em agosto de 2013. O que contou foi a saúde financeira da instituição. Três meses depois, Katia Rabello começou a cumprir uma pena de 16 anos e oito meses.
Em 2008, o banqueiro Dório Ferman, do Opportunity, foi preso, num desdobramento da operação Satiagraha, e solto 48 horas depois por decisão de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O Opportunity continuou operando, mas teve que lidar com uma crise de imagem.
Na ocasião, a solução foi encontrar um nome com muita credibilidade o ex-diretor de política econômica do BC Afonso Bevilaqua para responder interinamente pelo banco.
Ontem, o BTG Pactual agiu de forma semelhante, nomeando o ex-presidente do BC Persio Arida como presidente interino.
O Banco Central também informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que está solicitando informações às autoridades competentes para verificar se há desdobramentos em sua esfera de atuação administrativa.
Neste caso, o objetivo é verificar se houve descumprimento de algumas das regras que regem o sistema financeiro que, caso de fato tenha ocorrido, em tese pode ser punido com medidas como multas e suspensão do direito de administrar instituições financeiras no país.
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