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Bancos públicos do Brasil devem ter resultados ainda mais fracos em 2016, diz Fitch

Fonte: UOL ECONOMIA - 15/04/2016 às 10h04

A expectativa de contínua desaceleração do crédito e o aumento da inadimplência devem levar os bancos controlados pelo governo brasileiro a terem resultados operacionais ainda mais fracos em 2016, afirmou nesta quinta-feira (14) a Fitch Ratings.

 

Segundo a agência de classificação de risco de crédito, o ano é desafiador para todo o sistema bancário do país, mas a combinação de expansão acelerada nos últimos anos, a menor rentabilidade e a capacidade mais fraca de geração interna de capital deixam Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal ainda mais vulneráveis.

 

Devido à maior exposição a segmentos de maior risco, a Caixa é a que deve apresentar os resultados operacionais mais fracos dos três, diz a Fitch. O banco, maior concessor de crédito imobiliário do país, já viu suas despesas de provisionamento ultrapassarem o lucro operacional, resultando em prejuízo operacional em 2015.

 

No relatório, a Fitch aponta que o índice de rentabilidade sobre ativos da Caixa (0,6%) e do BNDES (0,7%) foram os mais baixos em dez anos, enquanto o do BB (1,1%) ficou ligeiramente acima de 2014, devido a lucro não recorrente gerado pela criação de uma empresa de cartões e a um ganho tributário pontual.

 

"Pelas projeções da Fitch, o PIB brasileiro encolherá 3,5% e o desemprego continuará crescendo em 2016, mantendo a alta das despesas de provisionamento nos segmentos de varejo e corporativo", diz trecho do documento, apontando também que o lucro operacional antes de provisões deve seguir fraco, pois a expansão real do crédito será baixa, de 3 a 6% no caso do BB e de 7 a 11% para a Caixa.

 

No cenário base, a Fitch avalia que a capitalização desses bancos devem se manter acima das exigências mínimas, mas que o ambiente operacional adverso pode adicionar pressões sobre o capital a partir de 2018.

 

A Fitch disse ainda que uma pressão do governo forçar os bancos a elevar a oferta de crédito na tentativa de estimular a atividade econômica, pioraria ainda mais a qualidade dos ativos.

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