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Bancos diminuem juros do crédito consignado
Com melhores taxas, essa modalidade de empréstimo vem aumentando constantemente e melhora a perspectiva de correspondentes
18/05/2018 às 10h05Uma disputa pelo domínio do mercado de crédito consignado vem sendo travada pelos dois líderes desse mercado no setor privado. Uma semana depois de o Itaú passar a cobrar juros menores de aposentados e pensionistas do INSS, o Bradesco reagiu e anunciou também uma redução nas taxas para a mesma modalidade.
Com 14,3% de mercado, o Bradesco levou sua média de juros anuais cobrada para servidores públicos, que têm acesso a taxas mais baixas em geral, para 22% em 2 de maio deste ano, segundo dados do Banco Central (BC). Um ano antes, era de 25,4%. No Itaú, que tem 14,1% do setor, essa média foi de 36,6%para 32,2%, considerando o mesmo período.
O objetivo dessa disputa é dominar um mercado cobiçado e em pleno aquecimento. Esse tipo de empréstimo é considerado de mais qualidade pelas institições financeiras, pois dá mais segurança ao credor, já que a amortização é realizada diretamente na folha de pagamento. Quem pega emprestado, por outro lado, tem acesso a taxas menores em relação a outras operações de crédito pessoal, como o cheque especial.
Com a queda da taxa básica de juros e a recuperação gradual da demanda por crédito, o volume desse mercado vem aumentando constantemente. Segundo as estatísticas mais recentes do BC, divulgadas preliminarmente, em doze meses, a taxa média anual do crédito consignado caiu 3,2 pontos porcentuais, para 26,1%, em março deste ano, quando o saldo total somou R$ 317,2 bilhões, maior valor da série histórica, iniciada em dezembro de 2016. Nesse período, a Selic, taxa básica de juros da economia, caiu 5,75 pontos.
Neste primeiro trimestre, o Bradesco levou a melhor na disputa com o concorrente. De acordo com os balanços do período, o banco passou a liderar o mercado pela primeira vez desde 2012, quando o Itaú comprou a carteira do BMG. O Bradesco totalizou R$ 45,3 bilhões em crédito consignado ao fim de março, enquanto o Itaú fechou com R$ 44,7 bilhões.
Para o secretário de Planejamento e Assuntos Econômicos (Seplan) do Ministério do Planejamento, Júlio Alexandre, as recentes reduções das taxas cobradas pelos bancos indicam um “movimento saudável de concorrência por um crédito de boa qualidade, que tem uma garantia forte”.
Na avaliação do secretário, a imposição de um teto menor nos juros dessa operação contribuiu para o aumento do consignado. Em março e setembro de 2017, a pasta determinou essa redução. Na última alteração, a taxa cobrada dos servidores foi de 29,8% ao ano para 27,6%. Para aposentados e pensionistas, o teto caiu de 28,9%, para 28%. Essas duas modalidades respondem atualmente por 94% do volume total do crédito consignado. Para o setor privado, não há um limite máximo determinado pelo órgão.
“Antes, o volume do crédito consignado estava crescendo na ordem de 0,2% ao mês. Depois da medida, houve uma aceleração para taxas mais próximas de 0,65%”, afirma o secretário, ressaltando que esse tipo de crédito é importante para que as famílias troquem dívidas mais caras por outras mais em conta. Júlio Alexandre prevê novos movimentos de redução dos juros nas instituições privadas, de modo que ainda não está no radar outra diminuição do limite máximo.
Taxa média de juros do consignado
Em março e setembro de 2017, o Planejamento diminuiu o teto cobrado para funcionalismo e INSS, que representam 94% do mercado