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Banco Mundial reduz previsão para o PIB brasileiro em 2015

11/06/2015 às 16h48

Em revisão, órgão vê retração de 1,3%, corte de 2,3 pontos percentuais.
Economia mundial também crescerá menos que o previsto, projeta Bird.


O Banco Mundial (Bird) reduziu de forma drástica a projeção para o crescimento da economia brasileira em 2015. Segundo o último relatório do órgão, divulgado nesta terça-feira (10), o Produto Interno Bruto (PIB) deve encolher 1,3% este ano – uma redução de 2,3 pontos percentuais (p.p) frente a última projeção, feita em janeiro, que previa um avanço de 1%.

A projeção se aproxima à do Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê uma contração de 1% da economia para 2015, que também foi revisada para baixo. Em janeiro, o órgão dava conta de um crescimento de 0,3%.

Para 2016, o Bird também reduziu em 1,4 ponto percentual a previsão de crescimento do Brasil, para 1,1%. Em 2017, o Bird projeta que o país vai crescer 2% – 0,7 ponto percentual a menos do que previa em seu último relatório.

Segundo o Bird, a revisão do PIB brasileiro deve-se a gargalos na oferta, à estiagem e a uma piora nos investimentos e na confiança do consumidor, ao passo que "investigações em andamento parecem ter um impacto maior que o esperado sobre o crescimento".

"No Brasil, a atividade [econômica] enfraqueceu no primeiro trimestre de 2015 enquanto a confiança caiu ainda mais, principalmente devido a um escândalo de corrupção e a reajustes nos preços da eletricidade após a seca, enquanto gargalos de infraestrutura e políticas cíclicas continuam a pesar no crescimento", conclui o banco.

Apesar dos investimentos associados à Copa do Mundo de 2014, a economia brasileira estagnou, diz o relatório. "As incertezas eleitorais em torno das eleições presidenciais, um escândalo de corrupção, déficits fiscais maiores, o desaquecimento da China, a aceleração da inflação, o apetrto monetário e preços menores nas exportações (ferro e soja) contribuíram para a queda no consumo e da confiança".

O banco também destacou que a inflação subiu como resultado da desvalorização do real, um aumento nos preços regulados, uma piora no mercado de trabalho e uma seca prolongada que levou a uma escassez na oferta de energia, ao passo que os níveis das hidrelétricas atingiram níveis baixíssimos.

América Latina também deve crescer menos
O Banco Mundial também cortou em 1,3 ponto percentual o crescimento da América Latina para 2015, esperado em 0,4%. Segundo o banco, a confiança continua frágil e a atividade desaqueceu no México, como resultado de um corte nos preços do petróleo.

Para o sul do continente, o órgão projeta retração. "A América do Sul deve encolher em 2015, uma vez que os baixos preços das commodities devem persistir, a consolidação fiscal continua prioritária e a confiança do investidor continua fraca", diz.

Para o perído de 2016 e 2017, o Bird espera que o crescimento na América Latina seja de 2,4%, na média, ao passo que a América do Sul deve sair da recessão.

Economia mundial crescerá menos que o esperado
O órgão também reduziu em 0,2 ponto percentual a projeção de crescimento mundial em 2015, para 2,8%. Esse corte deve-se, principalmente, aos desafios enfrentados pelos países emergentes, diz o Bird.

Entre os principais problemas que esses países devem enfrentar destacam-se custos de financiamento mais altos, "à medida que se adaptam a uma nova era de baixos preços de petróleo e de outros principais produtos de base", resultando em 2015 no quarto ano seguido de crescimento decepcionante.

“Os países em desenvolvimento foram um motor do crescimento global após a crise financeira, mas neste momento enfrentam um ambiente económico bastante difícil,” afirmou o Presidente do Grupo do Banco Mundial, Jim Yong Kim.

Segundo Kim, melhorias no ambiente de negócio e geração de emprego por melhor infraestrutura podem fortelecer esses países nos próximos anos. "Estes tipos de investimentos ajudarão centenas de milhões de pessoas a sair da pobreza”, disse no relatório.




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