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Banco do Brasil eleva reserva para calote ao nível de Itaú e Bradesco

13/11/2015 às 11h08


Maior instituição financeira no país, o Banco do Brasil elevou as chamadas provisões para se antecipar a um possível aumento nos calotes para o patamar dos rivais privados Itaú e Bradesco, bancos reconhecidos pelo conservadorismo na contabilidade e na concessão de crédito.


O motivo apontado é o momento delicado da economia, que costuma vir acompanhado por aumento no desemprego e na inadimplência.


O pessimismo, porém, ainda não se materializou nos índices de pagamento em atraso no banco, que saltaram de 2,04% para 2,2% do segundo para o terceiro trimestre (estava em 2,09% no terceiro trimestre de 2014).


"De fato, estamos trabalhando com um nível de provisões acima do que costumávamos. Esse nível reflete a dinâmica atual da economia. Quando o ciclo econômico melhorar, poderemos reduzi-la", afirmou José Maurício Pereira Coelho, vice-presidente financeiro do BB.


O banco estatal teve despesas de R$ 6,41 bilhões no segundo trimestre para constituir essas provisões contra calote –alta de 40,2% sobre o mesmo período de 2014.


Essas despesas limitaram os ganhos do BB, que, mesmo assim, lucrou R$ 3,06 bilhões no terceiro trimestre – resultado 10,1% superior ao do mesmo período de 2014. Sem contar efeitos extraordinários, como créditos tributários, o lucro ficou em R$ 2,881 bilhões, estável na comparação com os R$ 2,885 bilhões de um ano antes.


O conservadorismo contábil levou o BB a trabalhar com provisões totais de R$ 34,026 bilhões para enfrentar a inadimplência futura –equivalente a 212,9% do volume de crédito com atraso acima de 90 dias. Um ano antes, o banco tinha provisões de 185,9%.


Itaú e Bradesco, que também elevaram as provisões para calotes no terceiro trimestre, atingiram uma cobertura de 214% e 205,7%, respectivamente, para a inadimplência. O Santander tem uma cobertura equivalente a 185,1% a esses atrasos.


CRISE


Como nos demais bancos, o BB sustentou o lucro no terceiro trimestre com o crescimento dos ganhos nos empréstimos e nas receitas com tarifas e serviços.


As margens de ganho nos financiamentos cresceram 14% na comparação com o terceiro trimestre de 2014, consequência da alta das taxas de juros no país.


As receitas com serviços e tarifas aumentaram 10,1% nessa comparação.


Por outro lado, as despesas administrativas cresceram apenas 3,1%, e as com pessoal, 8,6%, nessa comparação –abaixo da inflação de 9,49% pelo IPCA no período.


Apesar da recessão, o BB seguiu expandindo o volume de empréstimos, que somou R$ 804,6 bilhões no terceiro trimestre –alta de 9,77% na comparação com o mesmo período de 2014. É o maior ritmo de crescimento entre os bancos, com exceção da Caixa Econômica Federal, cujos resultados sairão na próxima semana. Os empréstimos para pessoas físicas avançaram 8,1% em relação ao mesmo período do ano passado.



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