O Banco Central e o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) aceitaram discutir mudanças nas regras sobre os correspondentes bancários no país, como lotéricas, Correios e comércios que prestam serviços financeiros.
Berzoini é autor de projeto que revoga as últimas decisões do CMN (Conselho Monetário Nacional), do qual o BC faz parte, que ampliaram a atuação desses promotores.
Em audiência pública na Câmara dos Deputados, o chefe do Departamento de Normas do BC, Sérgio Odilon dos Anjos, disse que as reclamações de parlamentares e sindicato vão ajudar a "debater e aperfeiçoar o modelo".
Evitou, no entanto, dizer como serão feitas as possíveis mudanças e discutir a competência da instituição para legislar sobre o assunto.
Berzoini sinalizou que pode utilizar o projeto atual para criar novas regras, definidas pelo Congresso, e não pelo BC. Diz que o objetivo não é acabar com os correspondentes, mas impor limites geográficos e transformar esses trabalhadores do comércio em bancários.
Gerson Gomes da Costa, representante da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), disse que os correspondentes são o principal canal para pagamento de benefícios sociais do governo e possibilitaram o atendimento de todos os municípios brasileiros. Afirmou ainda que o projeto de Berzoini inviabiliza a existência desses promotores.
Carlos Alberto da Silva, presidente da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), afirmou que não defende o fim dos correspondentes, mas quer transformar esses comércios em postos de atendimento bancário, com trabalhadores especializados e que seguem as regras salariais da categoria. |