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Até endereço desatualizado pode prejudicar consumidor na hora de conseguir crédito
Entenda como funciona a pontuação que as empresas têm de cada cliente
Fonte: R7 NOTICIAS - 25/07/2016 às 12h07Conceder crédito, seja crediário de uma loja, cartão do banco ou empréstimo pessoal, exige que a empresa ou banco faça uma avaliação do perfil da pessoa que está solicitando. Não é tão simples, afinal, você emprestaria seu dinheiro para alguém que não conhece?
Por isso, saiba: quando você for pagar algo parcelado, muito provavelmente alguém vai levantar diversas informações a seu respeito no mercado antes de autorizar. Isso inclui desde consultar restrições no CPF até checar se seu endereço é o mesmo fornecido em outras solicitações de crédito.
A diretora do Serasa Consumidor, Fernanda Monnerat, dá alguns detalhes de como funciona essa avaliação.
— Cada empresa praticamente tem o seu score [pontuação do cliente]. O credor já tem um perfil daquele cliente, mas ele pega informações do mercado também, inclusive, aqui na Serasa, para checar se aquela pessoa está negativada, se o endereço que ele está dando no mercado é o mesmo. Tem uma série de variáveis que a empresa avalia.
Na prática, se você fornece mais de um endereço ou não atualiza sempre, os credores podem detectar algum risco de fraude e até diminuir sua pontuação. Vale lembrar que o score mais alto significa uma probabilidade menor de a pessoa deixar de pagar a dívida. Já uma nota mais baixa representa chance maior de calote.
Flávio Calife, economista da Boa Vista SCPC, também diz que é importante manter todos os dados atualizados, principalmente em bancos e outras empresas com as quais você tenha relacionamento.
— Dados cadastrais estão na sua avaliação. Tudo isso entra no seu histórico para formar a sua pontuação de crédito. Se você tem um endereço que muda muito, vários endereços, isso pode sim representar um risco maior. O credor pode entender que é alguém mais difícil de localizar.
Ele acrescenta que não é só o nome limpo que é levado em conta.
— Uma pessoa que toma muito crédito, por exemplo, tudo isso pode, de certa forma, piorar a sua pontuação. [...] Os concedentes de crédito olham, é claro, se a pessoa está com o nome sujo, mas eles também podem olhar essa pontuação para saber. A política de crédito dele pode depender dessa pontuação, porque dá para ver se o cliente apresenta risco alto ou não. A concessão de crédito depende exclusivamente de quem está concedendo, então, ele pode decidir não conceder com base na pontuação, mesmo que a pessoa esteja com o nome limpo.
Está devendo para o banco? Saiba o que fazer para não ficar com nome sujo
Cadastro Positivo
A Serasa e a Boa Vista oferecem gratuitamente a possibilidade de o consumidor abrir o Cadastro Positivo. Funciona como um intercâmbio de informações de comportamento financeiro do consumidor entre os diversos credores.
A lei possibilita que o interessado escolha se quer ou não fazer parte desse serviço. Ao aderir, todas as contas pagas em dia ou atrasadas, pedidos de crédito, etc. constarão no histórico.
Muita gente ainda tem dúvida sobre o uso dessas informações. Mas a diretora do SerasaConsumidor, Fernanda Monnerat, explica que o Cadastro Positivo é um aliado até para quem, eventualmente, ficou com o nome sujo.
— A gente brinca que é uma questão de foto e filme. Hoje, a situação do negativado é uma foto. Então, eu não vou dar crédito para ele. Se eu vou para o Cadastro Positivo, vou ver o filme dessa pessoa. Mesmo que ela esteja negativada e pague outras contas em dia, pode ser que o credor julgue que ela merece crédito, porque vê todo o histórico.
Um estudo exclusivo da Serasa com 3 milhões de inscritos no Cadastro Positivo, enviado ao R7, mostra que 36,1% estão negativados e que 63,9% estiveram com alguma restrição de crédito nos últimos dois anos, mas saíram do cadastro de inadimplentes. Apenas 24,5% não estiveram com o nome sujo nos últimos dois anos.
O levantamento ainda mostrou que 39,7% das pessoas que aderiram ao Cadastro Positivo na Serasa recebem entre R$ 880 e R$ 1.760. Outros 22,1% recebem menos de R$ 880. Para a diretora do SerasaConsumidor, isso deixa claro que a população de baixa renda é mais interessada em manter um histórico de bom pagador.