Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, diz que investigação da Lava Jato deve ir até o fim

O ex-presidente do Banco Central, entre 1999 e 2003, Armínio Fraga disse que, se não ocorrer mudanças no governo e na condução da economia, o País poderá ter um ambiente de “perda de emprego e perda de renda como nunca se viu”.

O economista não acredita que o ex-presidente Lula, no cargo de ministro-chefe da Casa Civil, seja capaz de recuperar a confiança do atual governo.

Fraga criticou a ideia do uso das reservas internacionais para o pagamento da dívida pública. “Acho uma ideia equivocada”, afirmou. “E fragilizaria uma situação já bem precária”, completou, em entrevista para a Folha de São Paulo.

Para o ex-presidente do BC, o importante é agir rápido para “estancar a sangria” e ele defendeu as investigações daoperação Lava Jato. “A Lava Jato precisa ir até o fim, não se pode abrir mão disso”, afirmou.

“O quadro requer, portanto, uma resposta ampla e convincente, que incluiria um Orçamento base zero, desvinculado e desindexado, além de reformas tributária, trabalhista e previdenciária, choque de gestão, foco no investimento em infraestrutura”, afirmou Fraga, que disse manter contato com membros do PSDB e de outros partidos, mas não aceitaria um convite para participar de um possível governo de transição.