A mediana das estimativas para o aumento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2015 foi revista para cima pela 12ª semana, de 10,36% para 10,44%. Após uma pausa na semana passada, a mediana para a inflação em 2016voltou a subir, de 6,64% para 6,70%, taxa acima do teto da meta perseguida pelo BC, de 6,5%. A mediana em 12 meses foi ajustada para baixo, de 7,08% para 6,99%, mas ainda segue bem acima do teto da meta. A piora das previsões para o resultado do IPCA acompanham aumento nas estimativas para o reajuste dos preços administrados, de 17,65% neste ano e de 7,35% no próximo.
Com a inflação em alta, os analistas ajustaram suas projeções para a taxa básica de juros. A mediana das estimativas para o custo do dinheiro em 2016saiu de 14,13% para 14,25%, que é o patamar atual da taxa. Divulgada na semana passada, a ata da última reunião do Copom no ano mostrou uma postura do colegiado mais inclinada a uma elevação dos juros. No documento, o BC destacou que o objetivo da política monetária é fazer a inflação convergir para a meta de 4,5% em 2017 e que adotará as medidas necessárias para esse fim. Após a divulgação da ata, levantamento realizado pelo Valor mostrou que dez entre 17 economistas consultados esperam elevação dos juros em 2016. Para esse grupo, a primeira ação do BCnesse sentido deve ocorrer já na reunião de janeiro, com uma alta de 0,50 ponto percentual na Selic, para 14,75% ao ano.
Ainda no Focus, entre os analistas Top 5, a projeção mediana de médio prazo para o incremento do IPCA em 2015 saiu de 10,56% para 10,61%, mas a de 2016seguiu em 7,07%. Esse grupo não ajustou sua previsão para a Selic, que permaneceu em 13%.
Atividade econômica Após a divulgação de um desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) pior que o esperado no terceiro trimestre, os analistas de mercado esperam uma contração maior na economia em 2015 e no calendário seguinte.
A mediana das estimativas para o resultado do PIB de 2015 saiu de queda de 3,19% para recuo de 3,50%. Essa retração vai carregar um efeito negativo ainda maior para 2016, quando a economia deverá ter contração de 2,31%, ante queda de 2,04% esperada anteriormente.
Na terçafeira passada, o IBGE mostrou que o PIB do terceiro trimestre recuou 1,7% em relação aos três meses anteriores e caiu 4,5% ante o mesmo período do ano passado, esta a maior queda para o período julho a setembro desde 1996. Economistas ouvidos pelo Valor esperavam recuo de 1,3% e de 4,2%, respectivamente.
Após a divulgação desses números, além de revisarem para baixo as expectativas para este ano, muitos economistas refizeram as contas para 2016 e agora esperam um recuo próximo a 3%, embora essa previsão ainda não apareça na mediana do boletim semanal do BC.
|