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Imprensa
Piora da pandemia arrasta varejo e serviços em março

A piora da pandemia em março deve ter arrastado o desempenho dos setores varejista e de serviços. Dados preliminares sugerem forte queda dos dois segmentos no período, o que deve confirmar o quadro geral de deterioração da economia.
 
O IGet, indicador desenvolvido pelo Santander em parceria com a maquininha de pagamentos GetNet, mostra recuo de 4,6% nas vendas do varejo restrito na comparação entre março e fevereiro, feitos os ajustes sazonais. Já no conceito ampliado, que inclui as vendas de material de construção e de veículos, o recuo no intervalo foi de 3,4%. A pesquisa levanta transações em 150 mil estabelecimentos, seguindo o conceito de “mesmas lojas”.
Usando o indicador como principal insumo para projetar o resultado da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Santander estima que as vendas do varejo restrito podem ter caído 6,2% em março ante fevereiro, e o ampliado, -12,8%, em igual comparação.
 
O dado corrobora a visão de parte do mercado de retração do Produto Interno Bruto (PIB) nos três primeiros meses do ano, com risco de novo mergulho também no segundo trimestre.
 
Além do fraco desempenho no mês passado, o sinal por ora é que o movimento segue lento, mesmo com relaxamento parcial das regras de abertura do varejo. “Tivemos um março bem complicado e, em São Paulo, temos ainda a manutenção da bandeira vermelha [fase mais restritiva do plano de funcionamento da economia do governo estadual]. Em abril, os dados que acompanhamos mostram ainda o mesmo comportamento da última semana de março”, afirma Pedro Coutinho, CEO da GetNet.
 
Hoje, o IBGE divulga os dados oficiais sobre o varejo, mas ainda sobre fevereiro, ou seja, um retrato anterior à alta de casos e mortes por covid-19. A mediana de 25 casas consultadas pelo Valor Data estima que o varejo restrito subiu 0,5% e o ampliado, 1,1%, ambos de janeiro a fevereiro. O tom mais benigno em fevereiro também é esperado pelo Santander, com avanços de 0,8% do restrito e de 1,8% do ampliado.
 
“Os segmentos do varejo mais sensíveis à renda (e que sejam não essenciais) devem sofrer mais, por causa da queda da massa salarial, mas as restrições de mobilidade impactam o varejo de maneira geral”, escrevem Lucas Maynard e Fabiana Oliveira, economistas do Santander.
 
A retração no fim do primeiro trimestre também deve ter se estendido para os serviços. Nas atividades prestadas às famílias, o Santander prevê alta de 4,9% no volume de serviços entre janeiro e fevereiro. Em março ante o mês anterior, no entanto, o subsetor pode mostrar um tombo de 30%.
 
Para chegar às estimativas, o banco também se baseia num indicador da Getnet, o IGet-serviços, lançado em fevereiro. A pesquisa identificou que as transações com maquininhas em 75 mil estabelecimentos caíram 32,3% em março contra fevereiro, análise que considera só os serviços prestados às famílias.
 
O choque tende a se dissipar nos próximos meses, segundo o Santander. “Com progresso no avanço da vacinação e consequente alta na mobilidade, devemos observar uma recuperação gradual, contribuindo para uma retomada da atividade econômica geral e da recuperação do mercado de trabalho”, afirmam Maynard e Fabiana.

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