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Imprensa
Fintechs devem se consolidar como players e bancos devem migrar para corporate, estimam especialistas

Criado a partir do jornal Folha da Manhã, em 1921, o Grupo Folha diversificou os negócios da empresa e hoje tem no PagSeguro uma das unidades de maior rentabilidade do grupo majoritariamente midiático. Apenas a empresa de meio de pagamento teve lucro de R$ 309,7 milhões no primeiro trimestre deste ano, crescimento de 108,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

Este exemplo mostra que sim, todos podemos ser um banco. E os mais diversos mercados têm se mostrado mais abertos a esta possibilidade, especialmente na esfera on-line, que tem estimulado até bancos tradicionais a se reinventarem. É o caso do Banco Inter, inicialmente criado para conceder crédito imobiliário e que hoje soma um valuation de R$ 13 bilhões por massificar as operações como banco digital.

Há ainda o exemplo de bancos focados em investimentos, que compraram corretoras, e as bigtechs, que sonham cada vez mais em bancarizar as operações, a exemplo da Rappi, Sem Parar e Yellow Pay. “Um em cada cinco clientes que não tinham cartão hoje têm. Esta não é a notícia. A notícia é que quatro clientes foram roubados de outros bancos”, observa Leo Cherman, CEO da Simplypag.

Mas se engana quem pensa que os bancos vão entregar os pontos (e o mercado) para fintechs e novas empresas. Ricardo Heidel, business strategy da Accenture Brasil, observa que os bancos ficaram perdidos diante do avanço das fintechs. Afinal, os players tradicionais já perderam participação no mercado para novas empresas. “Passado o momento inicial, os bancos estão vindo agora com uma série de movimentos. Eles têm uma rede de agências físicas espalhada pelo Brasil, têm um grande ativo financeiro e vão buscar preservar o negócio ao atuar em modelos de parceria, incorporando ou construindo fintechs.”

Para Felipe Félix, CEO da Pag!, o futuro dos bancos é mais catastrófico. “Estamos passando por inovações, mas não houve uma disrupção real no mercado financeiro. O Itaú tem uma fintech, a It, com 400 pessoas. Com tanta gente, o Itaú está tentando resolver a dor do cliente ou a dor deles?”, questiona.

Assim, o CEO da Pag! aposta que os bancos continuarão perdendo mercado enquanto não entenderem seu papel no mercado. “O banco tem balanço e não vejo as fintechs construindo isso. Então, o banco vai ter de se aproveitar do balanço e deve ir para o corporate, quase como se vê na China”, continua Félix.

Da China, aliás, é que deve vir o modelo de novos bancos para o mercado: os superapps, aplicativos que reúnem diversas funções e meios de pagamentos em uma só plataforma, a exemplo do WeChat. “A China é um mercado bem particular. Os superapps se popularizaram de forma rápida, mas em mercado fechado. Assim, os players locais atendem necessidades, mas foi uma guerra voraz para sobrar apenas duas plataformas. Venceu quem tinha mais grana para bancar a brincadeira”, explica Heidel, da Accenture Brasil.

No Brasil, assim como nos Estados Unidos, dominar o mercado financeiro e se consagrar líder dos meios de pagamento é um desafio ainda maior, tendo em vista que o mercado é fragmentado. “O único player que pode fazer isso é o WhatsApp, que só não entrou ainda no mercado de pagamentos no Brasil por conta de lobby dos bancos desde o Carnaval”, conclui Ricardo Heidel.

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