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Vitórias parciais mantêm Guedes como âncora fiscal, mas agenda frustra
Alçado ao cargo ainda durante a campanha presidencial com o título de “superministro” e com carta branca para tocar a agenda econômica, Paulo Guedes chega ao seu terceiro ano à frente da pasta precisando se equilibrar entre derrotas e vitórias para justificar sua permanência no cargo e em busca de deixar o que considera ser um legado para o país.
Depois de ter a imagem de “posto Ipiranga” desgastada por episódios em que foi desautorizado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, Guedes ganhou uma sobrevida com a aprovação da proposta que permite o controle de despesas e fixou um limite para o auxílio emergencial.
Mas sofreu outro baque depois de o Congresso aprovar o Orçamento de 2021 com cortes artificiais nas despesas obrigatórias, a fim de elevarem os recursos para emendas parlamentares, de olho nas eleições de 2022.
Técnicos da equipe econômica alertaram que o Orçamento, como está, é inexequível, e o próprio Guedes foi falar com Bolsonaro na sexta-feira. Na prática, as mudanças neutralizam os gatilhos fiscais previstos na proposta de emenda à Constituição (PEC) Emergencial.
Este é mais um episódio da gangorra em que Guedes tem vivido. Recentemente, viu auxiliares serem fritados por Bolsonaro, caso dos presidentes da Petrobras, Roberto Castello Branco, e do Banco do Brasil, André Brandão.
Em contrapartida, considera uma vitória o aval do Congresso à PEC Emergencial, que chamou de maior reforma fiscal em 22 anos, mesmo que o texto tenha sido desidratado no Legislativo e seja considerado de impacto tímido.