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TecBan cria ‘agências’ para atender cidades pouco bancarizadas
Num mercado em transformação tecnológica e sob competição crescente, o Banco24Horas, empresa de soluções financeiras da TecBan, volta-se agora a regiões em que o atendimento bancário é escasso. A aposta da companhia é na criação de espaços multibanco, espaços parecidos com as áreas de caixas eletrônicos de um banco, mas que poderão ser acessadas por clientes de 150 instituições financeiras.
Com investimento de R$ 1,5 milhão, o Banco24Horas vai inaugurar, até novembro, seis espaços do gênero, nas cidades de Parnaíba (PI), Parauapebas (PA), Belford Roxo (RJ), Carapicuíba (SP), Caruaru (PE) e Campina Grande (PB).
Os espaços multibanco se assemelham às agências físicas. Cada sala conta, a princípio, com quatro caixas eletrônicos, que oferecem mais de 90 serviços - que vão dos tradicionais saques e depósitos até a recarga de celular e TV pré-pagos. Não há atendimento humano nos locais.
O alvo são as classes C, D e E de municípios pouco bancarizados. No interior do país, esse público muitas vezes precisa viajar a outras cidades para sacar dinheiro. A jornada para o cliente será semelhante àquela que o público de mais 900 cidades encontra em grandes centros comerciais, postos de gasolina, comércio, entre outros. Atualmente, a rede Banco24Horas tem 23,7 mil caixas eletrônicos.
“Nosso foco está em cidades com poucas opções de atendimento financeiro, regiões periféricas e locais onde o Banco24Horas já está presente, mas existe uma demanda reprimida a ser atendida”, afirma Fabiana Oda, gerente-executiva de expansão e autoatendimento da TecBan.
De acordo com ela, a procura pelo saque em dinheiro é maior nas classes de entre a população de renda mais baixa. Do total de retiradas nos ATMs, 60% são realizadas em áreas residenciais das classes C, D e E.
Ao mesmo tempo, a iniciativa acaba beneficiando as instituições parceiras porque ajuda a conectá-las com seus clientes sem a necessidade de manter agências próprias. Os grandes bancos do país têm optado pelo enxugamento da rede física em meio à demanda por digitalização dos serviços e também em resposta à ação de criminosos nas agências de tijolo e cimento.
“Os novos espaços seguem uma tendência de atendimento financeiro mais moderno. Esse modelo tem se transformado no setor financeiro, juntamente com o papel das agências bancárias, que passam a funcionar como um atendimento multicanal ou omnichannel [físico e virtual]”, diz a executiva.
O primeiro espaço inaugurado, em Parnaíba (PI), é uma loja de rua. No entanto, o modelo também prevê a abertura de espaços em locais fechados, como centros comerciais, por exemplo.
A previsão é que mais de 10 mil clientes por mês sejam atendidos nas seis primeiras cidades contempladas pelo projeto da TecBan. A ideia é expandir o modelo para mais municípios ao longo dos próximos anos.
O dinheiro em espécie ainda representava cerca de metade do consumo das famílias no fim do ano passado. No entanto, o custo da operação é alto. Só com logística de numerário, a estimativa do setor é que o sistema financeiro gaste R$ 10 bilhões por ano, sem contar os dispêndios com segurança. Por isso, os próprios bancos tentam avançar no uso de meios eletrônicos. O Banco Central (BC) também tem fomentado iniciativas para digitalizar a economia - como o Pix e os saques no varejo.
Diante desse cenário, a TecBan vem tentando acelerar a busca por inovação. A companhia já investiu R$ 4 bilhões em pesquisa e desenvolvimento, novos produtos, serviços e investimento em equipamentos nos últimos dez anos e prevê gastar outros R$ 500 milhões em 2021.
Entre as iniciativas desenvolvidas pela empresa, estão a criação de um “hub” para facilitar a entrada de novas instituições financeiras na rede Banco24Horas, um modelo de saque no varejo e a publicidade exibida nos caixas eletrônicos.
De acordo com Oda, a TecBan também está em negociação com novos parceiros para que outros serviços, além dos atuais 90 atuais já oferecidos no Banco24Horas, sejam agregados aos terminais de autoatendimento.
“A TecBan acredita no poder do ‘e’: a coexistência do dinheiro e dos meios digitais e a convergência entre o físico e o digital. Na prática, meios de pagamento físicos e digitais coexistem. Competidores digitais querem se estabelecer no físico, mas não tem capilaridade; e meios físicos querem atender no digital. Somos os mais preparados para esta integração", avalia.