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Clipping
Taxa de investimento e de empréstimo têm pesos bem diferentes

Fonte: G1 - 15/02/2016 às 09h02

Os juros cobrados do consumidor subiram, em janeiro. São os mais altos em 11 anos. Por outro lado, a remuneração dos investimentos quase não mudou. Na reportagem que abre essa edição do Jornal Nacional, a Graziela Azevedo mostra por que a taxa é tão diferente num empréstimo e num investimento.

A sabedoria popular ensina: ele não nasce em árvore e nem aceita desaforo, mas saber como fazer render ou ao menos proteger o dinheiro suado, está difícil.

Decidir que rumo dar para suas contas pode ser mais seguro se houver tranquilidade e planejamento, agora, na hora do desespero, do alarme soando ficar sem saber se vai por aqui, por ali ou por lá, é a receita para o desastre, o prejuízo.

Não pagar o cartão de crédito ou cheque especial é como colocar sua dívida num elevador.

“Num elevador que sobe a uma velocidade muito complicada, porque o risco na economia brasileira está muito elevado, o aumento da inadimplência fez com que o risco subisse muito nos últimos anos. Realmente quem deixa de pagar suas dívidas, está aumentando mais quanto vai ter que pagar lá no futuro”, diz a Juliana Inhasz, professora de finanças do Insper.

Uma dívida, por exemplo, de R$ 1 mil no cartão em um ano vira mais de R$ 5,1 mil por causa da taxa de juros, que está passando dos 400%.

No mesmo período, colocar o dinheiro na poupança é como jogá-lo escada abaixo. O rendimento de 8% perde da inflação: R$ 1 mil na poupança caem para R$ 978 em um ano.

Pelo elevador, a dívida no cartão de crédito precisa de apenas um ano para sair de R$ 1 mil e saltar para R$ 5 mil. Pela escada, para chegar aos mesmos R$ 5 mil, o dinheiro precisaria ficar na poupança mais de 20 anos.

Mas, calma, tem um caminho intermediário, que é a escada rolante. Nos fundos de renda fixa, em 12 anos e meio você atinge o mesmo valor. E nos títulos do Tesouro Direto, os mil reais podem virar R$ 5 mil em 13 anos e meio.

E sabe por quê a diferença é tão grande?

“A crise faz com que as pessoas precisem muito mais de recursos do que efetivamente apresentem ou ofereçam recursos no mercado. O juro na verdade é uma forma de medir a incerteza e o risco, então quanto maior é o risco dentro da economia, quanto maior é a incerteza, mais difícil fica de prever os períodos seguintes. Então não existe porque os bancos cobrarem menos por esse tipo de recurso se as pessoas estão demandando isso cada vez mais”, explica a professora.

Aplicar bem pode não garantir uma vida de luxo, mas não tomar cuidado com juros altos no crédito e inflação aumentando é como entrar no elevador durante um incêndio. Melhor não!

 

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