Remuneração média de pastinha chega a 18%

Por Felipe Marques | De São Paulo18/09/2013 às 00h00

Embora guardem a sete chaves os valores exatos das receitas que obtêm com consignado, os promotores de crédito insistem que a dinâmica de remuneração não é tão simples quanto parece. Afinal, se a comissão chega a 23% do valor do empréstimos concedido e gira, em média, entre 16% e 18%, segundo a associação do setor, originar consignado poderia ser considerado um tremendo filão.

"Meu spread é limitadíssimo. A comissão paga os custos de originação da carteira", afirma Renato Ferreira, da Pop Promotora. Atender os clientes fora da agência bancária, em casa, e, em alguns casos, chegar até a repassar uma parte da comissão para o tomador para impedir que ele escolha outra promotora estão no rol de gastos que apertam as margens da Pop.

Segundo Mário Rinaldini, que administra uma rede de 60 promotoras de crédito para o BMG, o peso dos custos fixos de manutenção de lojas e funcionários, por exemplo, é o que pressiona as margens do setor. Também é o fator que dificulta propostas de pagamento parcelado da comissão. Na Assunção Promotora, parte dos benefícios de se associar ao Bradesco veio na forma contar com outros produtos e serviços para completar a remuneração, como seguros. "Nos ajuda a contrabalancear os altos e baixos do consignado, que continua a ser nosso foco", diz Sandra Cavalcante.

Além de servir de intermediário no crédito, a Pop vem desenvolvendo um sistema para tablets que promete substituir a tradicional "pastinha" com propostas de crédito de vários bancos. "É um sistema que vai dar mais segurança na originação", afirma Ferreira.