Clipping
R$ 4 trilhões em transações em um ano de Pix
O Pix, o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, completa 1 ano nesta terça-feira, 16, e já acumula 112,6 milhões de usuários. Desses, 105,2 milhões são de pessoas físicas, 93,4%, e 7,4 milhões, pessoas jurídicas (6,6%).
Entre 16 de novembro de 2020 e 31 de outubro deste ano (dados de novembro ainda não estão disponíveis) foram 6,8 bilhões de transações que movimentaram R$ 3,956 trilhões. Se levarmos em conta a primeira quinzena do mês de novembro, com certeza, esse valor supera os R$ 4 trilhões.
Até outubro de 2021, foram 348 milhões de chaves cadastradas no Pix, já que cada pessoa física pode cadastrar até cinco chaves e as empresas até 20. Entre as pessoas físicas, 65% têm entre 20 a 39 anos. Em termos regionais, 44% dos usuários estão na região Sudeste, 24% ficam no Nordeste, 12% no Sul e 9% nas regiões Centro-Oeste e Norte.
Pequenos Negócios
De acordo com pesquisa feita pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), oito em cada dez negócios de pequeno porte usam o novo meio de pagamento. A natureza das transações do Pix, no entanto, é majoritariamente entre pessoas físicas, conforme dados do BC.
No mês de outubro deste ano, 75% das transações feitas pelo sistema de pagamentos instantâneos foram P2P, enquanto as operações P2B registraram 16% e as B2B foram 3% do total. Segundo a autoridade monetária, isso ocorre porque os comerciantes precisam adaptar os sistemas para receber com Pix.
Em termos de recursos transacionados, o mês de outubro, ainda sem as estatísticas finalizadas pelo BC, registrou volume acima dos R$ 500 bilhões. As operações entre pessoas físicas (P2P) foram de R$ 209 bilhões ou 42% do total. Já as transações entre empresas (B2B) somaram R$ 176 bilhões, o equivalente a 35%. As transações entre pessoas e empresas (P2B) totalizaram R$ 51,7 bilhões (10%) e as entre empresas e pessoas (B2P) foram de R$ 63,6 bilhões ou 13% do total.
Preocupação com segurança
A agilidade do novo sistema de pagamentos, entretanto, também abriu caminho para que criminosos pudessem aprimorar golpes. Com o Pix, eles conseguem pulverizar rapidamente o dinheiro entre várias contas, dificultando o trabalho da polícia.
O Pix também facilitou a ação de criminosos em sequestros e assaltos. Muitas dessas contas utilizadas por bandidos são de laranjas, que são alugadas ou emprestadas por terceiros. No final de setembro, o BC comunicou o vazamento de dados de 395 mil chaves do Pix sob a responsabilidade do Banco do Estado de Sergipe S.A.
(Banese). Segundo o Banese, o evento não afetou a confidencialidade de senhas, histórico de transações ou demais informações financeiras de seus clientes.
Com o boom de crimes envolvendo o Pix, o BC implementou medidas de segurança para reduzir a vulnerabilidade do sistema às ações de criminosos em fraudes e outros crimes. Foi determinado, por exemplo, o limite de R$ 1.000 para operações em canais digitais, como Pix e TED, entre pessoas físicas à noite.
O repasse de informações às autoridades competentes sobre transações suspeitas passou a ser obrigatório pelas 762 instituições participantes do sistema, entre bancos, fintechs e cooperativas de crédito.
Novas Funcionalidades
Desde novembro do ano passado, o Pix tem integrado novas funcionalidades, como o Pix cobrança, que é semelhante ao boleto, com vencimento futuro. A ferramenta, que teve implementação adiada três vezes, começou a ser oferecida em 14 de maio.
O cronograma para inclusão de outras utilidades é extenso. Em 29 de novembro, o Pix Saque e Pix Troco vão começar a funcionar.
Ambos possibilitarão a retirada de recursos em espécie, mas o Pix Saque é uma transação exclusivamente para saque e o Pix Troco está associado a uma compra ou prestação de serviço. No último caso, ao adquirir um produto, por exemplo, o cliente passa um valor superior para receber o restante em dinheiro.