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Puxada por combustíveis, inflação de agosto é a maior para o mês desde 2000
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial no país, acelerou a 0,87% em agosto, após ficar em 0,96% em julho. Esse é o maior resultado para o mês desde 2000 (1,31%) e foi puxado pela alta no preço dos combustíveis. Em agosto de 2020, a taxa foi de 0,24%.
O IPCA acumula alta de 5,67% no ano e de 9,68% nos últimos 12 meses. Com isso, a inflação fica acima da meta estabelecida pelo Banco Central para este ano, que é de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, podendo variar entre 2,25% e 5,25%
Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e se referem às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos residentes em dez regiões metropolitanas e 16 capitais brasileiras.
Alta dos combustíveis
Oito dos nove grupos pesquisados subiram em agosto, afirmou o IBGE. A maior variação (1,46%) e o maior impacto (0,31 ponto percentual) vieram do transporte, influenciado pelos combustíveis.
Segundo o IPCA, a gasolina subiu 2,80% e teve o maior impacto individual. Etanol (4,50%), gás veicular (2,06%) e óleo diesel (1,79%) também ficaram mais caros em agosto.
"O preço da gasolina é influenciado pelos reajustes aplicados nas refinarias de acordo com a política de preços da Petrobras. O dólar, os preços no mercado internacional e o encarecimento dos biocombustíveis são fatores que influenciam os custos, o que acaba sendo repassado ao consumidor final." André Filipe Guedes Almeida, analista de pesquisa do IBGE.
No ano, a gasolina acumula alta de 31,09%, o etanol 40,75% e o diesel 28,02%.
Segundo o IBGE, os veículos próprios registraram alta de 1,16% em agosto. Os automóveis usados (1,98%), os novos (1,79%) e as motocicletas (1,01%) também permaneceram em elevação e, juntos, representam 0,10 ponto percentual do IPCA de agosto.
Enquanto o transporte por aplicativo subiu 3,06%, os transportes públicos registraram queda de 1,21% e o preço das passagens aéreas caíram 10,69% —após alta de 35,22% em julho.
Batata-inglesa sobe; cebola e arroz caem
Em agosto, os maiores aumentos foram da batata-inglesa (19,91%), do café moído (7,51%), do frango em pedaços (4,47%), das frutas (3,90%) e das carnes (0,63%). No lado das quedas, estão a cebola (-3,71%) e o arroz (-2,09%).
Com a alta dos preços, a alimentação dentro de casa encareceu e passou de 0,78% em julho para 1,63% em agosto.
Já a alimentação fora do domicílio (0,76%) também acelerou em relação a julho (0,14%), principalmente por conta do lanche (1,33%) e da refeição (0,57%), informou o IBGE.