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Promotoria suspende operações de crédito de dez bancos em Minas
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Promotoria suspende operações de crédito de dez bancos em Minas 21/08/2012 - 18h59 PAULO PEIXOTO O Ministério Público de Minas Gerais suspendeu por cinco dias, em medida administrativa cautelar, operações de empréstimos e financiamento de dez instituições financeiras que atuam no Estado que estariam dificultando a portabilidade dos créditos tomados pelos clientes. A decisão da Promotoria de Defesa do Consumidor e do Procon Estadual (que em Minas é vinculado ao Ministério Público) atinge bancos como Santander, BMG, Rural e BV Financeira. O Banco Central já foi notificado para fiscalizar o cumprimento da medida. O Procon estadual foi acionado pelo Procons de Belo Horizonte e da Assembleia Legislativa, com reclamações de consumidores que relatam dificuldades em transferir dívidas bancárias para outras instituições. Resolução do BC de 2006 instituiu a portabilidade dos créditos tomados pelo consumidor caso ele queira trocar de banco por qualquer motivo. Com a queda dos juros básicos da economia (Selic) e a redução das taxas de empréstimo pelos bancos públicos, principalmente, muitos consumidores passaram a transferir a dívida para outros bancos. Segundo o Ministério Público, no entanto, clientes têm enfrentado muitas barreiras no Estado, como exigências de documentos desnecessários. Também estão com as atividades de empréstimo e financiamento suspensas os bancos Bonsucesso, Cacique, Cruzeiro do Sul, GE Capital, Intermedium e Mercantil do Brasil. PORTABILIDADE O cliente que deve R$ 5.000 a um banco, por exemplo, pode negociar com uma outra instituição financeira o refinanciamento desse valor a uma taxa de juros inferior a que ele paga. Feita a portabilidade do valor devido, o novo banco do tomador do empréstimo transfere o dinheiro devido ao primeiro e refaz o empréstimo para o consumidor com a taxa de juros acordada. O promotor Renato Almeida e o coordenador do Procon Estadual, procurador Jacson Campomizzi, disseram que os bancos notificados têm dificultado ao máximo efetuar a portabilidade. Os bancos terão que apresentar defesa e comprovar que estão autorizando a portabilidade, sob pena de haver novas punições, como multa. OUTRO LADO O Santander informou, em nota, ter identificado apenas duas reclamações no Procon. Disse que desconhece o motivo da suspensão e que buscará "elucidação dos fatos". A BV Financeira e o banco Bonsucesso informaram que não foram notificados. O Rural vai se pronunciar "juridicamente, se for o caso, após o conhecimento integral e oficial do teor da deliberação". O Mercantil do Brasil informou que a notificação que recebeu trata de dois casos e "lamenta" a medida. Diz que busca a "excelência do atendimento", objetivando atingir "taxa zero de reclamação". O Intermedium informou que "não tem como prática dificultar as solicitações de portabilidade" e que "está tomando as medidas judiciais cabíveis em relação à referida decisão". O BMG foi procurado e não se manifestou. A Folha não conseguiu contato com as assessorias do Cacique, do Cruzeiro do Sul e da GE Capital.
FOLHA DE SÃO PAULO, de 21/08/2012. |