Para avaliar as mudanças que estão sendo propostas pelo Banco Central (BC), representantes de correspondentes e promotoras de crédito do Rio Grande do Sul se reuniram, em Porto Alegre, para debater as sugestões que envolvem a regulamentação do setor. A categoria mobiliza-se nacionalmente para tentar propor ajustes viáveis na negociação. O encontro, promovido pela Associação Nacional das Empresas Promotoras de Crédito e Correspondentes no País (Aneps), avaliou as repercussões de maior impacto para o setor.
A principal mudança diz respeito à forma de pagamento das empresas promotoras de crédito. A comissão é calculada hoje com base no valor da transação realizada e paga semanal ou mensalmente, de acordo com os critérios de cada banco. Com base na proposta apresentada pela Federação Brasileira de Bancos (Fenabran) ao BC, essa remuneração passaria a ser parcelada no mesmo número de vezes do parcelamento do empréstimo, com um período de implementação de 18 meses. “Essa mudança compromete o trabalho dos correspondentes e inviabiliza a folha de pagamento e o recolhimento de impostos. Na prática ela não é aplicável”, enfatizou o presidente da Aneps, Edison Costa.
Costa ressaltou que a categoria não é contra a regulamentação, desde que ela aconteça de forma viável economicamente. Segundo ele, a adaptação demoraria pelo menos 72 meses, a partir de um modelo de diferimento do lucro e que leve em consideração um custo fixo mensal das empresas, independentemente do prazo do empréstimo. “Não somos contra a regulamentação, ao contrário, ela é necessária, inclusive para evitar fraudes, devido à proporção que o setor vem ganhando desde 2003”, ressaltou. A atividade é responsável por aproximadamente 900 mil empregos no país.
O setor também está apreensivo em relação à proibição de o promotor de crédito atuar dentro das agências bancárias. “Quem iria assumir essa função? As agências bancárias não conseguirão absorver a demanda”, afirmou o diretor regional da Aneps no RS, Rocco Spina Neto. Ele lembrou a importância do setor pelo fato de conseguir alcançar a população nos locais mais remotos do país, com a oferta de serviços como crédito consignado, recebimento de contas e outros serviços. A Aneps representa mais de 300 empresas que correspondem por 85% das transações de crédito no país.
Fonte: Jornalismo on-line |