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Poupança tem perda de quase 2% em 12 meses, descontada a inflação
Descontada a inflação, a caderneta de poupança teve perda de 1,94% na janela de 12 meses terminados em novembro. O levantamento é da provedora de informações financeiras Economatica, com base nos resultados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês passado.
Trata-se do terceiro mês seguido que a poupança termina o período de 12 meses sem ganho real, em cenário de aceleração da inflação. Em outubro, as perdas foram de 1,40%. No mês anterior, de 0,46%.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (8) o resultado do IPCA de novembro, uma alta de 0,89% para o mês e maior alta neste período em 5 anos.
Segundo a Economatica, a perda de quase 2% da poupança em novembro bate o recorde negativo do mês anterior, que era o pior resultado para a poupança no acumulado em 12 meses desde fevereiro de 2016, quando a rentabilidade ficou negativa em 1,95%.
O que explica a perda de rentabilidade
A perda de rentabilidade está diretamente relacionada ao novo patamar de juros do país. Com a taxa básica de juros, a Selic, na sua mínima histórica, de 2% ao ano, tanto a poupança como outros investimentos de renda fixa tiveram os rendimentos achatados.
Pelas regras atuais, a poupança tem um rendimento correspondente a 70% da taxa Selic. Ou seja, passou a render 1,4% ao ano ou 0,12% ao mês. Já a inflação acelerou nos últimos meses. Para o IPCA, o último boletim Focus, do Banco Central, revisou expectativa de 3,54% para 4,21% neste ano.
Em 2019, a poupança já ficou sem ganho real, acumulando perda de 0,05% quando descontado o IPCA. Antes disso, a última vez que isso havia acontecido fora em 2015.
Vale lembrar, porém, que depósitos feitos na poupança até maio de 2012 continuam rendendo 6,17% ao ano, mais que o triplo da Selic. É a chamada "velha poupança", que segue como uma ótima opção de investimento.