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O que 'segura' a economia não é a falta de crédito, diz conselheiro do IDV
O conselheiro do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), José Galló, que também é presidente das lojas Renner, avaliou nesta quarta-feira (3), após reunião com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que "crédito é bom", mas acrescentou que, em sua visão, o que está "segurando" a economia neste momento é a falta de confiança dos consumidores.
Na semana passada, a equipe econômica lançou um pacote de crédito que envolve a estimativa de liberações no valor de R$ 83 bilhões para estimular a economia brasileira. Dentre as modalidades previstas, está a de que os trabalhadores possam usar parte do seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia para empréstimos, com a previsão do governo de R$ 17 bilhões nesse formato.
"Se colocou o crédito à disposição. Agora, certamente, para que esse crédito seja tomado, o mais importante, em muitos casos, é ter a confiança. Hoje, de uma certa forma, o que está segurando a economia não é a falta de crédito. O que está segurando á economia é a segurança do consumidor. Consumidor, preocupado, consome menos e consome menos crédito", declarou José Galló a jornalistas.
De acordo com o conselheiro do IDV, a conversa com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, teve como objetivo debater uma forma de apressar algumas medidas para "destravar" a economia, como a simplificação das regras do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) - tributo estadual -, do PIS/Cofins e, também, a flexiblização da legislação trabalhista. "A gente não veio aqui pedir nada e reclamar de nada", afirmou ele.
"O ministro prometeu que a gente possa trabalhar ainda mais em conjunto para acelerar algumas medidas. Discutir essas medidas para que, quando cheguem ao mercado, cheguem aplicáveis e simplificadas. Muitas vezes se fazem medidas dentro de um gabinete e aí chega no mercado e tem dificuldade de aplicação. Estamos querendo dizer que, antes de tomar as medidas, vamos discutir se sãos simples se são aplicáveis. De burocracia já estamos cheios", concluiu o representante do varejo brasileiro.