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N26 retoma planos e prevê operação no Brasil em 2022

Fonte: Valor Econômico - 20/08/2021 às 11h08
O banco digital alemão N26 anunciou em fevereiro de 2019 que viria para o Brasil. Os planos, no entanto, não saíram como o previsto. Dificuldades internas e a pandemia atrasaram o projeto. Agora, a criação da unidade está de volta aos trilhos e o início da operação é previsto para 2022.
 
No Brasil, o N26 é liderado por Eduardo Del Guerra Prota, que tem passagens por Cielo e Santander. A instituição recebeu no fim do ano passado a licença do Banco Central para criar uma sociedade de crédito direto (SCD), que lhe permitirá conceder empréstimos, e no mês passado teve o capital elevado de R$ 2 milhões para R$ 9,2 milhões. “Ficamos um tempo em compasso de espera, mas retomamos o esforço de lançamento no Brasil a todo vapor. Agora, temos mais estrutura e vamos conseguir entregar produtos customizados para o mercado brasileiro”, afirma.
 
Segundo Prota, apesar de ser subsidiária integral do N26 alemão, a unidade brasileira terá uma operação 100% local, com equipes de TI, marketing e compliance no país. “Percebemos que não é simplesmente trazer a tecnologia de fora. Tem coisas no Brasil que não existem em outros países, como parcelamento no cartão de crédito, boletos e o próprio Pix.
 
Prota não revela detalhes da estratégia de lançamento, que ainda não foi finalizada. Globalmente, o N26 tem cerca de 7 milhões de clientes e a meta é atingir 100 milhões - não há prazo definido para isso. O executivo diz que o Brasil deve se tornar um dos principais mercados, quiçá o maior.
 
Segundo Prota, o mercado de fintechs está no começo de um segundo momento no país. O primeiro foi marcado pela oferta integral de serviços via aplicativos, rapidez nas transações, custos mais baixos e transparência nas cobranças. “Isso tudo já foi resolvido. Agora, podemos avançar para um mercado de fintechs 2.0, onde elas ajudam os clientes a tomar as melhores decisões no seu dia a dia. Esse movimento ainda não chegou com força ao Brasil”, afirma.
 
A operação local deve começar com o básico de um banco digital, como conta, cartão de crédito e Pix. Também estarão presentes as características de usabilidade que ajudaram o N26 a se popularizar na Europa, como a estrutura em “timeline” e os chamados “spaces”, espécie de subcontas independentes dentro da conta principal. “Teremos uma oferta mais focada. Acredito muito no modelo de MVP [sigla em inglês para produto mínimo viável], em ir aprendendo com os clientes e adicionando funcionalidades ao longo do tempo.”
 
Fundado em 2013 pelos austríacos Maximilian Tayenthal e Valentin Stalf, o N26 está presente em 25 países. Em março, anunciou que entrou com processo na Alemanha para obter uma licença de holding financeira, enquanto se prepara para um possível IPO.

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