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Mercado Livre fecha emissão de US$ 1 bi para investir em crédito e logística
A varejista on-line Mercado Livre fechou neste mês duas emissões de dívida no total de US$ 1,1 bilhão e parte dos recursos (US$ 400 milhões) será aplicada em projetos em áreas como crédito e sustentabilidade, especialmente no Brasil e no México. Outra fatia refinanciará parcela de dívida já existente.
A agência Moody's classificou a operação como “Ba1”, na faixa de grau especulativo. Perfil de liquidez forte e crescimento robusto pesam favoravelmente, mas dívidas em moeda estrangeira e expansão recente do grupo “às custas de lucratividade” foram consideradas na avaliação da agência.
Foi a primeira emissão de títulos de dívida do Mercado Livre. Houve uma oferta de US$ 400 milhões, com vencimento em 2026, de papéis emitidos para financiar ou refinanciar projetos em andamento ou novos com impactos sociais ou ambientais. Nesse grupo estão os recursos destinados a pequenos e médios negócios. A empresa tem uma carteira de empreendedores em seu “marketplace” (shopping virtual) e fornece linhas de crédito no Brasil e no México.
Ainda devem receber recursos dessa captação projetos de energia renovável, eficiência energética, transporte limpo, aquisição de embalagens sustentáveis, entre outros. “Em transportes, vamos aumentar os investimentos em veículos elétricos. São 50 vans elétricas no Brasil, de um total de 71 na América Latina, e a ideia é escalar isso”, disse Andre Chaves, vice-presidente sênior de estratégia e relações com investidores.
Já os recursos da emissão de US$ 700 milhões serão alocados para a recompra da metade do valor principal em circulação de uma emissão de notas com vencimento em 2028. “Estamos reorganizando a estrutura de capital da empresa. Essa oferta passada, com vencimento em 2028, atingiu US$ 880 milhões e a metade dela, conversível em ação, está sendo ‘trocada’, aproveitando os juros baixos e alta liquidez nos mercados”, disse Nemésio Lozano, diretor sênior de tesouraria do Mercado Livre.
Sobre os juros anuais das operações, a emissão de US$ 400 milhões são notas a taxas de 2,375% e a de US$ 700 milhões, a 3,125%. “Tivemos uma demanda mais de 12 vezes a colocação da dívida”, disse Chaves. Em relatório no dia 4 de janeiro, a Moody’s disse que a nota “Ba1 “do Mercado Livre “é limitada por sua fraca lucratividade em relação aos rivais em parte pelos “serviços ao consumidor e despesas de envio”. Apesar disso, afirmou que espera que “a empresa se beneficie do crescimento futuro dos pagamentos digitais e vendas on-line, com melhorias significativas em métricas de crédito e lucratividade em 2020 e 2021”.