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Mercado eleva previsão de inflação para 4,81% em 2021 e vê alta menor do PIB
Os analistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de inflação para 2021 pela décima segunda semana seguida e também passaram a projetar um crescimento menor do Produto Interno Bruto (PIB).
As informações estão no boletim de mercado, conhecido como relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, a expectativa do mercado para este ano passou de 4,71% para 4,81%.
Com o novo aumento, a expectativa de inflação do mercado continua acima da meta central deste ano, de 3,75%. Pelo sistema de metas, não haverá descumprimento se a inflação oscilar entre 2,25% e 5,25% em 2021.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).
Em 2020, pressionado pelos preços dos alimentos, o IPCA ficou em 4,52%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4%, mas dentro do intervalo de tolerância. Foi a maior inflação anual desde 2016.
Para 2022, o mercado financeiro manteve em 3,51% a previsão de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.
Expansão da economia
Sobre o comportamento da economia brasileira em 2021, os economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,22% para 3,18% na semana passada. Foi a quarta queda seguida do indicador.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Para 2022, o mercado baixou de 2,39% para 2,34% a estimativa de expansão do PIB.
A expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia de Covid-19, que tem afetado o nível de atividade da economia mundial.
Taxa básica de juros
O mercado financeiro também manteve em 5% ao ano a previsão para a taxa básica de juros, a Selic, no fim de 2021. Com isso, o mercado segue prevendo alta dos juros no decorrer de 2021.
Na semana retrasada, na primeira elevação em quase seis anos, a taxa básica da economia foi aumentada pelo BC para 2,75% ao ano.
Para o fechamento de 2022, os economistas do mercado financeiro mantiveram expectativa para a taxa Selic em 6% ao ano, o que pressupõe alta do juro básico também no próximo ano.
Outras estimativas
- Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2021 subiu de R$ 5,30 para R$ 5,33. Para o fechamento de 2022, avançou de R$ 5,25 para R$ 5,26 por dólar.
- Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2021 permaneceu em US$ 55 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado avançou de US$ 50 bilhões para US$ 50,5 bilhões de superávit.
- Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano permaneceu em US$ 55 bilhões. Para 2022, a estimativa subiu de US$ 60 bilhões para US$ 64,4 bilhões.