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Mercado calcula alta na inflação e na taxa de juros também em 2022

Fonte: Veja - 08/09/2021 às 11h09

O momento de instabilidade e a estagnação da economia no segundo trimestre trouxeram a piora dos indicadores econômicos para este ano e o próximo. Segundo dados do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, 6, a mediana da projeção dos economistas aponta que o índice ficará em 7,58% ao final de 2021, a 22ª alta seguida. Para o próximo ano, a projeção é de 3,98%, sétima semana seguida de ajuste para cima. Com a pressão nos preços, os analistas consultados pelo Banco Central também projetam alta na Selic, a taxa básica de juros, para 7,63% e 7,75% respectivamente, e recuo no PIB.
 
No caso da inflação, o câmbio em patamar alto, a energia elétrica em alta, e a pressão em combustíveis e alimentos puxam o IPCA, índice oficial de inflação do país, para cima. A projeção desta semana está bem acima da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional, que buscava 3,75% no ano, com margem de tolerância até 5,25%. Vale lembrar que, no ano passado, a inflação ficou em 4,52%, acima da meta de 4%, mas dentro da margem de tolerância. Caso a alta esperada pelo mercado para 2021 se confirme, o indicador terá acelerado mais que em 2016, quando teve alta de 6,29%. Em 2015, a alta foi de 10,67%. No caso de 2022, a projeção também está acima da meta, de 3,50%, mas dentro do teto, que vai até 5%.
 
A consequência da inflação mais alta é a pressão na Selic, a taxa básica de juros da economia. O mercado financeiro prevê que a taxa fique em 7,63% ao final deste ano. A taxa, que iniciou o ano em 2%, está em 5,25%, após quatro altas seguidas e a previsão do mercado é que continue a acelerar. A alta dos juros para controle inflacionário encarece o crédito, e pode ter repercussões na recuperação da economia. Para 2022, os analistas projetam a taxa em 7,75%.
 
PIB
 
Pela quarta semana seguida, o Boletim Focus indica recuo na projeção para o PIB no ano. O mercado espera que o PIB feche o ano em 5,15%, abaixo dos 5,22% projetados na semana passada. Frente à estimativa de um mês atrás, o dado fica 0,15 ponto abaixo da previsão, de 5,30%. Para 2022, a estimativa caiu de 2% para 1,93%. 
 
Essa é a primeira projeção do mercado após a divulgação do PIB do 2º trimestre do ano, que estagnou, com ligeiro recuo de -0,1% no período. O dado foi resultado de problemas de estiagem afetando o agro e de falta de suprimentos causando queda na indústria, e os serviços, que tiveram recuperação mais lenta do que a esperada, apesar do avanço da vacinação. Além disso, os investimentos recuaram 3,6% no período, e evidenciam as consequências econômicas da instabilidade que vive o país, como mostra VEJA dessa semana.

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