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Manhã no Mercado: Inflação e juros devem influenciar negócios em dia de cautela no exterior

Fonte: Valor Econômico - 23/11/2021 às 03h11

Os primeiros negócios de terça-feira estão carregando sentimento de aversão a risco, com gatilhos locais, como inflação e a tramitação da PEC dos Precatórios, e internacionais, a exemplo da recondução de Jerome Powell à presidência do Federal Reserve (Fed, banco central americano) e o recrudescimento da pandemia na Europa, sendo observados pelos investidores.
 
O mercado teme que o Banco Central (BC) esteja perdendo o controle das expectativas de inflação de longo prazo, em um processo que poderá ter um custo importante em termos de alta na taxa básica de juros e de perda de crescimento da economia. O Boletim Focus de segunda-feira já estimava alta de preços na casa dos dois dígitos para o final do ano.
 
Especialistas dividem a culpa entre o próprio BC, que pode estar atrás da curva no processo de aperto monetário, e os desarranjos políticos e fiscais, com a burla ao teto de gastos e as dúvidas sobre a política econômica do futuro governo. Para 2023 e anos seguintes, há preocupação com o processo de desancoragem das expectativas.
 
Nesta terça-feira, a Secretaria do Tesouro Nacional realiza leilão tradicional de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B). Os títulos têm rentabilidade vinculada ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acrescida de juros prefixados. Os títulos oferecidos têm vencimentos em 15/08/2024; 15/08/2028 e 15/08/2040.
 
Para medir a temperatura inflacionária, agentes também ficam de olho no Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) da terceira quadrissemana de novembro, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV).
 
Ainda localmente, investidores tentam mensurar o real impacto do Auxílio Brasil nas contas públicas. O deputado Marcelo Aro (PP-MG), relator da MP que cria o programa, incluiu no texto medidas de proibição de filas e metas para a redução da pobreza. O reajuste é uma demanda histórica da área social, mas enfrenta resistência do ministro da Economia, Paulo Guedes. O relatório de Aro está previsto para ser votado hoje ou amanhã no plenário da Câmara. Depois, precisa passar pelo Senado.
 
Na cena externa, as principais bolsas europeias e os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram com perdas, penalizados pelo avanço da covid-19 na Europa, pela queda do petróleo, em meio aos planos dos países produtores de elevar a oferta da commodity, e também reagindo à decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de renomear Powell para o comando do Fed.
 
A nomeação de Powell para um novo mandato de quatro anos “mantém a política monetária estável e tira de cima da mesa um dos potenciais catalisadores de disrupção”, afirmou Jason Pride, diretor de investimentos (CIO) da Glenmede. “Embora os investidores não precisem mais se perguntar quem vai liderar o Fed nos próximos anos, o próximo grande dilema é como normalizar a política monetária sem perturbar os mercados”, explica Robert Schein, CIO da Blanke Schein Wealth Management.
 
Com isso, os investidores estão liquidando as apostas por uma postura mais suave por parte do Fed. Ontem, em rápida declaração após a indicação feita por Biden, Powell procurou encontrar um equilíbrio na condução da política monetária, dizendo que o Fed usará as ferramentas disponíveis para apoiar a economia americana bem como para evitar que a inflação se enraíze.

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