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Juros futuros avançam com riscos políticos, inflação e Treasuries no foco

Fonte: Valor Econômico - 09/03/2021 às 12h03

Os riscos políticos voltaram ao centro das atenções do mercado neste início de semana e detonaram uma disparada das taxas futuras ao longo de toda a estrutura a termo da curva de juros. O viés de alta já estava bem definido desde os primeiros minutos do pregão desta segunda-feira (8), em um movimento que se espelhou nos retornos dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) e teve impulso adicional das expectativas de inflação.
 
No entanto, na segunda etapa dos negócios, as taxas foram às máximas, em uma piora do sentimento diante da anulação dos processos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da "Operação Lava-Jato".

No fim da sessão regular, às 16h, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 avançou de 3,80% no ajuste anterior para 3,955% e a do DI para janeiro de 2023 foi de 5,41% para 5,72%. Já a taxa do contrato para janeiro de 2025 saltou de 6,95% para 7,31% e a do DI para janeiro de 2027 escalou de 7,59% para 7,92%.
 
A alta forte das taxas já se dava desde o início do pregão desta segunda, quando o foco dos agentes se voltava somente às questões econômicas e de mercado. Durante a tarde, porém, já na reta final da sessão regular, a anulação pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), das condenações de Lula na Lava-Jato deu apoio a uma alta ainda mais forte das taxas futuras de ponta a ponta da curva.
 
“Não temos uma semana de paz”, diz um profissional de renda fixa, para quem essa decisão antecipa os ruídos relativos às eleições presidenciais de 2022.
 
Os riscos políticos se somam a outras questões as quais o mercado ainda tenta colocar nos preços, como o aumento forte das expectativas de inflação. No Boletim Focus divulgado hoje, a mediana das estimativas do mercado para o IPCA no fim deste ano ficou em 3,98%. Na semana passada, o ponto médio das projeções para a inflação estava em 3,87%. Além disso, a inflação no atacado continua a surpreender para cima, como observado no IGP-DI, que ficou em 2,71% em fevereiro, bem acima do consenso do mercado (2,25%).
 
O retorno da T-note de dez anos, que superou, hoje, a barreira de 1,6%, também ajudou a dar impulso às taxas futuras às vésperas da divulgação de números de inflação ao consumidor nos Estados Unidos.
 
“A abertura dos Treasuries, o reajuste de preços da Petrobras e o Focus mostrando uma piora nas expectativas de inflação não apontam um cenário bom para se estar aplicado em juros. Há fatores externos e internos que conspiram para a alta dos juros”, afirma um gestor.
 
Pouco antes do fim da sessão regular, a curva precificava 76% de chance de um aumento de 0,50 ponto percentual na Selic em março e 24% de possibilidade de uma elevação de 0,75 ponto.

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