A União decidiu não reconduzir quatro membros do conselho de administração do Banco do Brasil (BB), em mais um capítulo da tumultuada substituição de André Brandão no comando da instituição financeira. Omovimento teve como objetivo evitar um novo desgaste, já que alguns conselheiros haviam indicado que renunciariam em sinal de descontentamento. No entanto, a manobra pode não surtir efeito.
 
O Valor apurou que o conselho pode sofrer baixas nos próximos dias, ou seja, antes que os conselheiros esperem a eleição dos substitutos na assembleia marcada para 28 de abril. Também há a possibilidade de divulgarem novo manifesto com críticas à sucessão de Brandão. Se confirmada, será a terceira declaração desse tipo desde janeiro, quando o presidente Jair Bolsonaro ameaçou demitir o executivo.
 
Segundo proposta apresentada ontem, o presidente do conselho de administração do BB, Hélio Magalhães, não será reconduzido pela União. O executivo, ex-presidente do Citi, havia sido indicado ao cargo no início do governo de Jair Bolsonaro como um nome de peso. José Guimarães Monforte, Fábio Barbosa (ex-vice-presidente do banco) e o próprio Bandão também serão subtituídos.
 
Na substituição foram indicados pela União Aramis Sá de Andrade, Walter Eustáquio Ribeiro e Iêda Aparecida de Moura Cagni, procuradora da Fazenda Nacional. Os dois primeiros, que são funcionários de carreira do BB, poderão ser enquadrados como independentes. Pelos minoritários, foi indicada Rachel de Oliveira Maia, ex-presidente da Lacoste e da Tiffany. Um grupo de minoritários da Vale também quer indicar Rachel para o conselho da mineradora.
No início deste mês, Magalhães, Monforte, Luiz Serafim Spinola Santos e Paulo Roberto de Lima assinaram manifestação em defesa de Brandão e apontando falhas de governança no processo.