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Fitch põe em dúvida pacote de crédito para estimular economia

Fonte: G1 - 02/02/2016 às 10h02

A  agência de classificação de risco Fitch vê como duvidosa a eficácia do pacote de R$ 83 bilhões anunciado na semana passada para estimular o crédito. Segundo o governo, o objetivo é estimular o nível de atividade econômica e tentar evitar um impacto maior da recessão na taxa de desemprego.
 
As novas linhas de crédito do pacote são voltadas para setores como infraestrutura, habitação, agricultura, exportação e pequenas e médias empresas. Parte das medidas, entretanto, ainda depende de regulamentação ou aprovação do Congresso para entrar em vigor.
 
"Nós duvidamos que o estímulo de crédito recentemente anunciado vai melhorar substancialmente a perspectiva de crescimento pelos empréstimos, enquanto a recessão mantém em baixa a demanda por crédito e o apetite dos bancos por risco", diz a Fitch em relatório.
 
Segundo a agência, o atual cenário de déficit publico em 10,3% do PIB no ano passado e o aumento de 9 pontos percentuais na dívida do governo para 66,2% do PIB vem em linha com as previsões da Fitch quando a nota do Brasil foi rebaixada para BB+ em dezembro, tirando o grau de investimento do país.
 
"2016 será mais um ano difícil para as finanças públicas. O governo ainda tem que implementar medidas que vão permiti-lo alcançar a meta fiscal de suprávit primário de 0,5% do PIB, de um déficit no ano passado de quase 2%. Nem o cenário político nem o econômico estão favoráveis para uma consolidação fiscal mais rápida", afirma a agência.
 
A previsão da Fitch é que que o Brasil encolha 2,5% este ano, e riscos de queda por fatores esternos, incluindo a queda das commodities, o encolhimento da China e a volatilidade financeira externa persistem.
 
Efeito limitado
 
O pacote de R$ 83 bilhões em novas linhas de crédito anunciado pelo governo traz um certo alívio, sobretudo para empresas com dificuldades financeiras, mas seu efeito para estimular a economia será limitado, segundo especialistas, em razão da fraca demanda por novos financiamentos como também da necessidade de aprovação do Congresso para que todas as medidas saiam do papel.

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