O governo estuda a possibilidade de o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ser usado como garantia das operações com cartão de crédito, informou ontem o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida.

Sem dar detalhes sobre a iniciativa, o secretário afirmou que, com a regulamentação da modalidade do saque-aniversário do FGTS, o governo quer estimular a criação de novos nichos de negócios pelos bancos. Uma das ideias levantadas, explicou, é que as instituições utilizem os recebíveis do fundo como garantia para transações de cartão de crédito.

Isso, na avaliação do secretário, poderia contribuir para a redução dos juros no país. Em janeiro, a taxa de juros do rotativo do cartão de crédito estava em 316,8% ao ano, segundo dados do Banco Central. Sachsida explica que, em uma operação como essa, se o cliente ficar inadimplente com o cartão, o recurso do FGTS iria diretamente para o pagamento da dívida.

A expectativa do secretário é que o Conselho Curador do FGTS analise neste mês a regulamentação do uso dos recursos como garantia de empréstimo. Com isso, os bancos poderão antecipar até três anos de saque-aniversário.

Criado no ano passado, o saque-aniversário possibilita que o trabalhador faça retiradas anuais do fundo em seu mês de nascimento. Até agora, 2,666 milhões de pessoas já aderiram à nova modalidade. O total de recursos nessas contas vinculadas é de R$ 20,048 bilhões e, pelas regras atuais, R$ 3,748 bilhões poderiam ser retirados neste ano.