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Disparada de casos ameaça retomada da economia na UE

Fonte: Valor Econômico - 25/11/2021 às 04h11

O aumento expressivo de casos de covid-19 nos últimos dias é uma grave ameaça para que a União Europeia (UE) se recupere da crise causada pela pandemia de covid-19, afirmou ontem o comissário de Economia do bloco, Paolo Gentiloni. O alerta ocorreu num dia em que vários países do bloco reportaram recordes de casos da doença.
 
Apenas duas semanas atrás, a Comissão Europeia, braço executivo da UE, tinha elevado sua previsão de crescimento da região. Mas Gentiloni destacou que esse quadro agora está sob risco devido à retomada de restrições em um número cada vez maior de países para conter a nova onda de casos.
 
O temor é que a previsão de crescimento de 5% para os 19 países que formam a zona do euro seja afetada pelo agravamento da crise sanitária. “Nossa mensagem é: leve a situação muito a sério; ainda que não pensemos que o impacto econômico será o mesmo de um ano atrás”, afirmou Gentiloni sobre a situação.
 
Analistas esperam uma desaceleração na recuperação na zona do euro no último trimestre deste ano em razão das restrições. Não está descartado o risco dessa tendência se manter nos três primeiros meses de 2022.
 
Especialistas em saúde pública estão alertando para a possibilidade de o surto continuar se espalhando e pedem medidas urgentes que devem afetar restaurantes, bares e o turismo, os setores mais prejudicados pela pandemia.
Para a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyer, os países do bloco devem atuar com rapidez para oferecer uma dose de reforço da vacina contra a covid-19 para todos os adultos de grupos de risco e com mais de 40 anos. Pelas redes sociais, Von der Leyer disse que a nova “avaliação de risco do ECDC [a comissão técnica de saúde do bloco] é clara: devemos intensificar a vacinação para controlar a pandemia”.
 
“Queremos convencer as pessoas para que se vacinem”, acrescentou Von der Leyer, que destacou também a necessidade da manutenção de algumas medidas preventivas como o distanciamento social e o uso de máscara. As restrições têm provocado críticas e protestos em vários países.
 
Ao mesmo tempo, alguns países têm acelerado a adoção das medidas mais duras de isolamento social, apesar da resistência de boa parte da população e de representantes do comércio - principalmente em razão do período de vendas de festas de fim de ano.
 
A Áustria, onde um em cada três adultos não está vacinado, entrou em seu quarto lockdown nesta semana. Ontem, foi a vez da Eslováquia anunciar que terá um novo lockdown a partir da próxima segunda-feira. O governo também endureceu as regras para pessoas não vacinadas, tornando obrigatória a apresentação de teste diário para trabalhar, por exemplo.
 
A Holanda enfrentou protestos violentos no fim de semana, depois de anunciar que algumas restrições, principalmente em relação ao funcionamento de bares e restaurantes seriam retomadas nos próximos dias. Os holandeses protestaram ainda contra a obrigatoriedade de um passaporte sanitário para poderem ingressar em alguns estabelecimentos.
 
Também pressionada pelo aumento do número de casos, a França deve anunciar hoje tanto o reforço na campanha de vacinação como medidas de isolamento mais rígidas - incluindo a ampliação da exigência de comprovante de imunização. Ontem, a França reportou mais de 30 mil novos casos de covid-19 em 24 horas, a maior cifra desde agosto.
 
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou recentemente que o passaporte de saúde, exigido para se ter acesso a cafés, restaurantes, cinemas e outros estabelecimentos, é um dos principais motivos pelos quais o país está se saindo melhor do que os vizinhos europeus em meio o novo surto na região.
 
A Alemanha, com quase 67 mil casos em 24 horas, também registrou ontem o recorde diário desde o início da pandemia. Nos últimos dias, as autoridades alemãs implementaram novas restrições para conter o novo surto, que atingem principalmente as pessoas não vacinadas. A taxa de imunização no país está estagnada em cerca de 68% da população. Alguns críticos têm acusado a premiê Angela Merkel, que está nas últimas semanas de seu governo, de ter agido timidamente na resposta à nova onda de contágios.

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