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Crédito para empresa média impulsiona margem do ABC

Fonte: Valor Econômico - 09/08/2021 às 11h08

A carteira do banco ABC Brasil com empresas de médio porte - com faturamento entre R$ 30 milhões e R$ 300 milhões - teve alta de 172,9% em um ano até o fim de junho. Como tem acontecido nos últimos trimestres, mais uma vez a decisão do banco de começar a atender esse segmento ajudou a impulsionar a margem financeira e o lucro, que subiu 121,3% no segundo trimestre, para R$ 136,3 milhões.
 
O vice-presidente de relações com investidores do ABC, Sergio Borejo, afirma que a melhora no lucro também é resultado da estratégia do banco de diversificar a atuação e ampliar a base de clientes. A comercializadora de energia, criada há pouco mais de um ano, começa a dar resultados; uma corretora de seguros foi inaugurada recentemente, e a parceria com o Banco Inter nos mercados de capitais já realizou as primeiras operações e deve passar a contribuir com a receita nos próximos meses.
 
Em paralelo, o banco está executando seu plano de expansão batizado de “ABC Link”, iniciativa baseada na distribuição de serviços financeiros por meio de correspondentes. “Já são 18 escritórios parceiros operando ou em processo de ‘onboarding’ e mais de 50 com interesse na construção de relacionamento com o ABC Brasil”, afirma.
Outra aposta é o crédito consignado privado. Neste mês, o ABC iniciou a prospecção de clientes em um universo de 700 empresas que já eram atendidas pelo banco, com limites de crédito pré-aprovados para um conjunto de quase de 1,7 milhão de colaboradores. “Já temos os primeiros convênios assinados e mais de uma centena deles em fase de negociação”, diz o banco.
 
A margem financeira bruta do ABC ficou em R$ 345,7 milhões no segundo trimestre, com alta de 22,7% no ano e 9,4% em três meses. De março para junho a margem financeira com clientes cresceu 11,8%, a R$ 242,3 milhões. O spread com clientes anualizado, ajustado pelas provisões para devedores duvidosos (PDD), passou de 2,6% para 3,4%.
 
Ricardo Moura, diretor do banco, explica que a margem foi impulsionada pela expansão das linhas para empresas de médio porte, além do aumento das receitas advindas de “cross-selling”, como derivativos e câmbio. “A melhora no spread é reflexo da mudança no mix. Em junho do ano passado o segmento ‘middle’ era 2,8% da nossa carteira expandida, hoje já é de 6,9%",diz.
 
A carteira de crédito expandida encerrou junho com saldo de R$ 35,202 bilhões, com queda de 0,8% em relação ao trimestre anterior e alta de 9,8% em 12 meses. A estimativa para este ano é de expansão de 12% a 16% da carteira, mas Moura explica que há uma sazonalidade positiva no segundo semestre, que neste ano deve ser ainda mais acentuada por causa da aceleração da vacinação contra a covid-19 e da melhora da economia.
 
Borejo lembra que, em meados de 2019, o ABC revisou suas projeções para baixo e acabou fechando no topo do novo intervalo. Em 2020, cancelou as metas por causa da pandemia, mas também encerrou o ano muito próximo do teto. Assim, neste ano, o banco preferiu não reduzir o “guidance” e, segundo o executivo, é bastante factível atingir o intervalo previsto para a carteira.
 
Um dos destaques negativos do balanço do ABC foi a inadimplência, que subiu para 1,2% no segundo trimestre, de 0,3% no primeiro e 1% no segundo trimestre do ano passado. A expansão foi puxada pela área formada pelas grandes empresas, segmento no qual a inadimplência passou de 0,2% para 3,1% de um trimestre para o outro. Com a alta nos calotes e a queda nas despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD), o índice de cobertura caiu de 1.156% em março para 264% em junho.
 
Segundo Borejo, não há nada que preocupe na inadimplência, que agora está voltando para níveis mais normais, após as mínimas atingidas durante a pandemia. “Ter 0,3% de inadimplência era muito baixo, difícil de sustentar. Nosso nível mais normal é perto de 1%, um pouco abaixo ou acima disso”, afirma.
 
A receita de serviços teve alta anual de 24,7% e trimestral de 1,4%, a R$ 72,6 milhões. Já as despesas administrativas e de pessoal subiram 21,4% em 12 meses e 11,3% em três meses, a R$ 103,4 milhões.
 
Borejo diz que as perspectivas para o acordo com o Banco Inter na área de mercados de capitais eram bastante positivas, mas os primeiros meses do acordo têm sido ainda melhores do que o esperado. Os bancos tiveram participação conjunta em três emissões de debêntures, que somaram R$ 2,6 bilhões, e têm mais cinco operações em fase de preparação. “Tivemos um primeiro semestre muito bom em banco de investimento e a expectativa é fazer ainda mais no segundo semestre. O ambiente está aquecido e mesmo com a alta da taxa Selic os juros ainda estão historicamente baixos e permitem que as empresas tenham acesso ao mercado”, afirma.

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