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Crédito no Caixa Tem oferece alto risco de endividamento para famílias de baixa renda, dizem especialistas

Fonte: Extra - 29/09/2021 às 11h09

O programa de empréstimos através do aplicativo Caixa Tem para população de baixa renda foi duramente criticado por economistas que temem o alto risco de endividamento das famílias mais vulneráveis e por entidades que defendem a implementação de uma renda básica mínima no país. A Caixa Econômica Federal lançou uma linha de crédito entre R$ 300 e mil reais, com cobrança de juros de 3,99% ao mês e 24 meses para pagar.

O anúncio ocorre num momento em que o auxílio emergencial está prestes a acabar sem que o governo tenha encontrado uma solução para bancar o Auxílio Brasil, novo programa social que incorporaria os titulares do Bolsa Família e parte dos brasileiros ainda fora do programa que ficarão sem o benefício emergencial.

Também ocorre em meio a sucessivas altas da taxa básica de juros, o que pode encarecer o crédito para as famílias com poucos recursos que são alvo da nova linha de financiamento.

Para a professora Myrian Lund, especialista em Finanças e professora dos MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV), às vésperas do fim dos pagamentos do auxílio emergencial e diante de um quadro de agravamento da crise econômica, o crédito para a população de baixa renda é a aposta do governo para estimular o consumo das famílias no fim do ano e evitar um desempenho ainda pior do Produto Interno Bruto (PIB).

— A economia deixando de crescer é um inconveniente para o governo. (O programa de crédito) É uma forma de tentar manter o PIB com essa população consumindo. As pessoas têm que ter algum consumo para sustentar o PIB. Vejo hoje essa medida de tentar segurar a economia, com juros subindo, a inflação lá em cima, um quadro negativo para a economia do país. O governo está estimulando as pessoas a irem ao consumo, mantendo o mínimo da economia funcionando. Não é por acaso a data escolhida para liberar o crédito. É para dar continuidade ao auxílio que termina e continua a parte da política sem embasamento nenhum — ressalta Lund.

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