Clipping
Creditas monta unidade para vender e financiar veículos
Fonte: Valor Econômico - 12/05/2021 às 11h05
A fintech Creditas, conhecida pelas linhas de crédito com garantia, vai entrar no segmento automotivo. A companhia não atuará apenas no financiamento, mas também no negócio de compra e venda de veículos, começando com cinco concessionárias, além de um megacentro de reparos, em um investimento de R$ 50 milhões.
Segundo o fundador da Creditas, Sergio Furio, a novidade complementa o ecossistema de veículos da fintech. “Os clientes nos pediam uma solução digital completa, que reunisse tudo o que eles precisam ao longo de sua relação com o carro. Começamos a trabalhar no projeto faz um ano, e agora estamos prontos para expandir nosso portfólio de produtos no ecossistema de veículos. O intuito é oferecer soluções sem fricções”, afirma.
Além de uma plataforma digital para compra e venda, a Creditas terá cinco lojas físicas na cidade de São Paulo. As unidades serão abertas nas próximas semanas nos shoppings Santa Cruz e Anália Franco, nos supermercados BIG Washington Luiz e Pacaembu, e em um ponto na região da avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini. O centro de reparos, em Barueri, na região metropolitana, tem 30 mil metros quadrados e já está funcionando. O estoque inicial para vendas é de 800 veículos e a meta é chegar ao fim do ano com 2 mil.
Todos os carros vendidos passam por inspeção que verifica mais de 250 itens, e são preparados seguindo um padrão de qualidade, transparência e procedência, segundo Furio. Os clientes também recebem garantia de um ano e têm até sete dias ou 300 km rodados como “test drive”. A fintech também criou a Creditas Auto Pro para lojistas que querem oferecer financiamento. A unidade contempla o desenvolvimento de site exclusivo para venda de carros on-line, acesso com prioridade ao inventário e programas de incentivo.
Segundo Furio, o lançamento da unidade não foi necessariamente pensado para a geração de receita, mas também para diminuição do custo de aquisição do cliente. “A gente cresce nosso portfólio e também retém o cliente. Se eu não fizesse nada, na hora em que meu cliente fosse trocar de carro, ele venderia o dele e quitaria o crédito comigo. Não posso oferecer uma solução parcial, senão ele vai embora. Tem que ser completa”, diz. Ainda assim, a expectativa dele e que a operação se torne rapidamente relevante para a Creditas.
Questionado se o fato de entrar diretamente no negócio de compra e venda de veículos não poderia descaracterizar a fintech, Furio argumenta que a Creditas não é uma empresa de crédito, mas sim de tecnologia. “Ter um produto de crédito puro, sem um canal proprietário, não é uma opção, porque isso vai passar por uma commoditização muito forte. Nosso esforço, todos os dias, é para resolver as dores dos clientes”, afirma.
A carteira de crédito da Creditas teve alta anual de 73,1% no primeiro trimestre, a R$ 1,545 bilhão. A fintech não abre números por linhas de negócios, mas Furio diz que o ritmo de crescimento deve continuar forte. Por isso, não há previsão de a companhia chegar à lucratividade neste ano. “A gente não dá lucro porque gosta de crescer. O importante é a margem de contribuição, que mostra se o ‘business’, na escala, vai funcionar bem ou não.”
A fintech fez uma rodada de captação de US$ 255 milhões em dezembro. Furio diz que um IPO vai acontecer em algum momento, mas não no curto prazo.