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Concessão de crédito diminui no início do ano

Fonte: O Estado de S. Paulo - 03/03/2021 às 11h03

O mês de janeiro registrou queda no volume de crédito novo concedido pelo sistema financeiro para empresas e para as famílias. No primeiro mês do ano, as concessões somaram R$ 289,1 bilhões, 27,7% menos do que o valor contabilizado pelo Banco Central (BC) em dezembro de 2020 (R$ 399,7 bilhões) e 10,4% abaixo do volume de um ano antes (R$ 322,5 bilhões). É a primeira redução desde junho de 2020, quando o volume de crédito novo voltou a aumentar depois do forte encolhimento provocado pela pandemia nos meses anteriores.
 
De acordo com as estatísticas monetárias e de crédito do BC, em janeiro, na série com ajuste sazonal, houve aumento mensal de 1,9% nas concessões totais de crédito, basicamente por causa do crescimento das concessões para as empresas, de 3,5%. Já o crédito para as famílias diminuiu 1,2% na comparação com dezembro.
 
No segmento de crédito livre, isto é, não sujeito a limites definidos pelo Banco Central, as concessões caíram ainda mais em janeiro, na comparação com dezembro. A redução foi de 24,5%, sendo 18,7% para as pessoas físicas e 30,7% para as jurídicas. Em 12 meses até janeiro, a redução do crédito livre para pessoas físicas foi de 4,3%; no caso das jurídicas, houve aumento de 2,3%.
 
Na avaliação do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), a redução do crédito para as famílias “pode estar associada ao encerramento dos programas emergenciais de crédito adotados no ano passado para amortecer a crise econômica da covid-19”. O Iedi calcula que, em valores reais, o total de crédito livre em janeiro é o mais baixo desde maio do ano passado.
 
Em movimento contrário ao descrito pelo volume de crédito, que baixou, o juro médio no segmento de crédito livre passou de 25,5% em dezembro para 28,4% ao ano em janeiro. Para as pessoas físicas, subiu de 37,2% para 39,4%; para as jurídicas, de 11,7% para 15,2% ao ano. Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, os juros do cheque especial passaram de 115,6% para 119,6%; no crédito pessoal, de 30,3% para 32,9%.
 
O juro do crédito rotativo do cartão de crédito, o mais alto do mercado, subiu de 327,8% para 329,3% ao ano. Para tentar reduzir essa taxa, em 2017 o BC obrigou os bancos a transferir a dívida do rotativo do cartão para o crédito parcelado, a juros mais baixos.

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