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Bradesco vê segundo semestre mais positivo para seguradora e banco

Fonte: Valor Econômico - 05/08/2021 às 11h08

Desempenho de seguros refletiu “momento raro”, mas melhora da pandemia ajudará nos próximos resultados, segundo presidente do bancoApesar do tropeço de sua seguradora no segundo trimestre por causa da pandemia, o Bradesco vê o restante do ano mais positivo para o banco. A expectativa é que o impacto seja atenuado daqui para a frente e que a margem financeira ganhe tração.
 
A perspectiva de melhora, porém, não foi suficiente para impulsionar as ações da instituição financeira. Os papéis caíram ontem 4,36%, para R$ 23,45, num dia também negativo para a bolsa.
 
O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr., afirmou que a queda de 58,3% no lucro da seguradora - para R$ 1,574 bilhão - foi fruto de um “momento raro”. De acordo com o executivo, o avanço da vacinação deve favorecer os resultados, com uma melhora no terceiro trimestre e se aproximando da normalização no quarto.
 
Para dar uma dimensão do impacto da pandemia sobre a área, Lazari disse que os custos relacionados à covid-19 somam R$ 4,8 bilhões desde o início da crise, e R$ 3 bilhões deles foram contabilizados no primeiro semestre de 2021. No entanto, disse ver sinais de melhora. “Apesar de ainda elevadas, as curvas [de internações] já mostram tendência clara de redução".
 
Outro fator que pesou sobre a seguradora - o descasamento entre passivos atrelados ao IGP-M e ativos em IPCA - também deverá diminuir à frente, favorecendo o resultado financeiro.
 
Ainda assim, Lazari afirmou que a área não deve recuperar neste ano a participação que tinha antes da pandemia, quando representava cerca de 25% do lucro do banco. “A participação dos negócios de seguros no lucro voltará a subir já no segundo semestre. Ainda não nos patamares históricos, mas haverá uma recuperação gradual”, disse.
 
Novas vendas, especialmente nos canais digitais, e a alta da Selic, que melhora o resultado financeiro, devem ajudar a recuperar o resultado da seguradora, segundo Lazari. “As pessoas ficaram mais preocupadas, depois de covid, de ter um seguro de vida, um seguro de saúde”, disse.
 
Excluída a área de seguros, o lucro da estrutura bancária do Bradesco no primeiro semestre foi melhor que no mesmo período de 2019, antes do coronavírus. Segundo Lazari, as perspectivas são ainda melhores no ano que vem, já que o Brasil provavelmente já terá debelado a pandemia, a economia estará crescendo e a Selic mais alta ajudará a margem financeira. O crescimento forte do crédito e o esforço de redução de custos do banco também devem ajudar nessa equação. “Temos todas as premissas para apresentar resultados em 2022 melhores do que em 2021, em que pese o cenário político que se avizinha”, afirmou.
 
Carlos Firetti, diretor de relações com mercado, disse ver uma tendência positiva para margem financeira no segundo semestre, com melhora do spread já vista nas originações de algumas linhas, como crédito pessoal, cheque especial e cartão. “São tendências que vimos no fim do segundo trimestre e devem se intensificar.”
 
O Bank of America manteve recomendação de “compra” para as ações do Bradesco e disse que o resultado de seguros deve se recuperar à medida que a pandemia diminuir, enquanto a parte bancária avançará com a melhora da margem financeira e da atividade. “A maioria das tendências operacionais foi positiva no segundo trimestre”, afirmou em relatório.
 
A Genial Investimentos ressaltou a capacidade de geração de resultado recorrente do Bradesco e também espera normalização nos próximos trimestres. A casa destaca que o índice de cobertura para inadimplência, de 234%, é o mais elevado entre os bancos privadas. “O patamar confortável poderá diminuir a necessidade de constituir novas reservas nos próximos trimestres impactando positivamente o lucro”, aponta o relatório, assinado por Eduardo Nishio.
 
Segundo Lazari, a receita de tarifas neste ano deve crescer perto do topo das projeções do banco, que vão de 1% a 5%. As despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD) tendem a ficar em torno de R$ 15,5 bilhões, no centro da faixa estimada. A expectativa para a carteira de crédito é que cresça ao redor de 11% e a margem avance cerca de 4%, aambas no centro do intervalo projetado. As despesas operacionais, que recuaram 4,4% no primeiro semestre, sofrerão o impacto, na segunda metade do ano, do acordo coletivo dos bancários, com reajuste salarial de 10%.
 
O presidente do Bradesco disse ainda que há pressões inflacionárias na economia, mas ressaltou que o Banco Central tem os instrumentos para contê-las. “Tivemos o impacto do clima, que deve afetar os preços dos alimentos, há pressões, mas o BC tem instrumentos para debelar essa inflação.”
 
Horas antes da reunião do Copom que elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, Lazari disse que, dado o endividamento das famílias e o desemprego, seria bom que os juros permanecessem baixos. “Esse é um desafio importante que o BC, o governo, nós bancos temos pela frente, dar as condições necessárias para que as empresas voltem a produzir, a gerar emprego, e a população possa passar por esse momento mais difícil.”

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