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BC eleva Selic em 1 ponto percentual, para 6,25%, na quinta alta seguida dos juros
A piora recente da inflação não fez o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central alterar seu ritmo de elevação nos juros. A entidade decidiu subir a taxa básica dos juros (Selic) novamente em 1 ponto percentual, de 5,25% para 6,25% ao ano.
Novamente, o comitê já indicou que vai fazer uma nova elevação de 1 p.p. na próxima reunião, em outubro.
O Copom repetiu a magnitude da última alta, de agosto, e manteve a sinalização que havia feito em seu último comunicado.
Neste comunicado, ainda destacou os riscos potenciais para os mercados emergentes no cenário internacional e ressaltou a pressão dos preços no mercado doméstico. O texto foi mais incisivo ao tratar da condução da política fiscal, destacando que a política monetária poderá ser mais exigida por causa disso.
A sinalização é de que mais altas virão. Ou seja: os juros permanecerão altos por mais tempo e a inflação vai demorar mais para voltar ao centro da meta.
Além disso, essa nova elevação da Selic faz com que ela fique muito próxima do patamar do começo deste governo, de 6,5% ao ano em 2019. Isso pode zerar as reduções obtidas ao longo dessa gestão. Com a pandemia, a Selic chegou ao patamar de 2% ao ano, ficando neste piso histórico de agosto de 2020 a janeiro deste ano.
BC critica risco fiscal
Além da política monetária, o controle da inflação também é feito por meio do ajuste fiscal. Enquanto o BC responde pelos juros, é o goveno federal, via Ministério da Economia, que dita as regras do lado fiscal.
Em seu comunicado o BC criticou o risco fiscal. A avaliação da autoridade monetária é de que eventuais prolongamentos de políticas fiscais que foram usadas como resposta à pandemia podem pressionar a demanda agragada, piorar a trajetória fiscal e elevar os prêmios de risco do país.
"Apesar da melhora recente nos indicadores de sustentabilidade da dívida pública, o risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária", apontou o BC.