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Bancos comemoram recorde na renda fixa, mas 2022 é dúvida
Os bancos de investimento comemoram os volumes recorde de 2021 em emissões de debêntures e outros ativos de renda fixa, mostrando a volta do investidor para esses ativos, que ficaram relegados ao segundo plano com a queda expressiva recente da taxa Selic. A área de renda fixa do banco BV, por exemplo, estabeleceu um recorde de R$ 18 bilhões em operações de emissões de debêntures e outros títulos feitos para empresas até setembro. O recorde anterior havia sido de R$ 17 bilhões em todo o ano de 2019.
O receio de aumento da volatilidade dos mercados no ano que vem, a alta da Selic e o interesse de novas empresas em captar recursos por esse canal, em vez do crédito bancário, explicam o crescimento no volume de operações, de acordo com o diretor executivo de Corporate & Investment Banking e Tesouraria do BV, Rogerio Monori. Entre os “estreantes”, o segmento do agronegócio tem liderado.
Mas esse quadro pode mudar em 2022. O cenário tem se deteriorado, com as perspectivas de expansão econômica caindo semana a semana, diz ele. Fora as incertezas fiscais, renovadas agora por dúvidas sobre como o governo colocará de pé a proposta do Auxílio Brasil, a grande preocupação está em a inflação se mostrar persistente no ano que vem. Moroni nota que isso afeta a renda da população e, por consequência, a demanda das empresas, que devem ser atingidas negativamente por um juro real mais alto.