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Clipping
Banco digital do Bradesco, next, inicia operação de marketplace próprio

Fonte: Exame - 04/11/2021 às 11h11

"A fronteira entre o mundo financeiro e o varejo acabou. Instituições estão deixando de se apresentar como bancos e varejistas também seguem no mesmo caminho. Cada vez o cliente quer mais conveniência e ao entrar numa plataforma digital, onde ele utiliza seu cartão de crédito e débito, quer também fazer compras", diz Renato Ejnisman, presidente do next.
 
O marketplace do next vai oferecer 13 mil itens de compra. Nesta primeira fase, podem ser encontrados produtos dos segmentos de telefonia, eletroeletrônicos, eletrodomésticos, informática e games. Entre os parceiros, estão marcas como Casas Bahia, Ponto e Extra (Via), Samsung, Philips, Philco, Multilaser, Saraiva, Arno e Britânia.
 
Cada um deles vai oferecer um percentual fixo de desconto, entre 7,5% e 10%, que é valido para todos os produtos anunciados. O parcelamento pode ser feito em cartão de crédito em até 12 vezes sem juros. Todo o processo de compra é realizado dentro do aplicativo do banco, sem que haja direcionamento para os sites dos parceiros.
 
Segundo Ejnisman, a base de clientes do next chegou a 8 milhões, até outubro, e o volume transacionado cresceu 142% este ano, até outubro em relação ao mesmo período do ano passado. Ele lembra que o next já nasceu, em 2017, como uma plataforma digital, sem agências, e a oferta de produtos vem crescendo desde então.
 
Além de cartão de crédito e débito, há empréstimos, investimentos, seguro, além das operações cotidianas como pix, teds e docs. O banco tem ainda uma parceria com a Disney para oferecer serviços de streaming.
 
Por enquanto, o Bradesco continua sendo o único controlador do next, embora o banco digital tenha administração independente. Mas, no futuro, não está descartado uma abertura de capital (IPO na sigla em inglês Initial Public Ofering) ou a chegada de um novo investidor. Renato Ejnisman acredita que o inicio das operações do nextshop vai acelerar a entrada de novos clientes no banco com as ofertas atrativas do marketplace.
 
"O next vai aumentar seu valor e, em algum momento, o controlador pode decidir que um IPO faz sentido —disse o presidente do banco digital".
 
Com a operação de varejo do nextshop, Ejnisman afirma que a oferta de crédito, que já vinha crescendo, deve quase dobrar. Ele afirma que através de algoritmos e inteligência artificial é possível conhecer os hábitos e desejos dos clientes.
 
Bancos digitais vão no mesmo caminho
 
O next vai no caminho de outros instituições financeiras, inclusive grandes bancos como Itaú e o próprio Bradesco, entre outros, que estão investindo em shoppings virtuais dentro dos seus ecossistemas, passando a oferecer produtos diversos, e ganhando uma comissão por isso. Segundo analistas, como a maioria dos bancos digitais não cobra tarifas, essas fintechs (startups do ramo financeiro ) precisam buscar novas fontes de receita.
 
Para Luiz Miguel Santacreu, analista de instituições financeiras da agência de classificação de risco Austin Rating, diz que o cliente dos bancos digitais, como o next, é diferente dos grandes bancos, como o Bradesco. É um cliente que gosta de recompensas nas compras, de cash back e do mundo digital. Dificilmente abriria conta numa agência física de um banco.
 
"Para capturar esse tipo de cliente, os bancos digitais precisam ter canais digitais de distribuição de produtos, mesmo que não financeiros. Por isso, precisam ter market places como o Magalu ou Mercado Livre", diz Santacreu.
 
O market place ajuda a atrair clientes e no futuro, possível abertura de capital, o next está equiparado a seus concorrentes, que já foram pelo mesmo caminho ao criar esses ambientes.

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