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Afinz vira banco e quer multiplicar base de clientes por dez
A Afinz, ex-Sorocred, conseguiu aprovação do Banco Central para se tornar banco múltiplo e avança no propósito de se consolidar como uma plataforma aberta e completa de serviços financeiros voltados para pessoas físicas, micro e pequenos empreendedores, em especial do interior do Brasil. A meta é multiplicar a base de clientes por dez em cinco anos.
A Afinz nasceu há seis meses, com o legado de 30 anos da Sorocred, fundada em Sorocaba, no interior de São Paulo, como uma financeira de crédito que posteriormente criou uma operação de cartão com bandeira própria. O novo nome explora a ideia de oferecer serviços de “A” a “Z” para os clientes.
Segundo o CEO, Cláudio Yamaguti, as novidades após a aprovação do BC serão graduais. A partir do segundo semestre deste ano, os clientes deverão contar com a possibilidade de abrir conta corrente e conta poupança. “Vamos lançar ferramentas simples. É preciso entender que para alguns empresários é motivo de orgulho somente ter uma conta bancária. São pessoas simples. Está na nossa origem, nosso DNA, atender esse público”, afirma Yamaguti.
“Estamos construindo um marketplace focado na realidade do Brasil, onde 98% dos negócios são PMEs, que empregam 50% da força de trabalho e representam 27% do PIB. Além dos 45 milhões de pessoas físicas das classes C, D e E, em sua grande maioria no interior e que não tem vínculo bancário algum”, contextualiza.
Desde a mudança do nome, a empresa oferece seguros, antecipação de recebíveis e investimentos, por meio de parcerias. Antes, a Sorocred era conhecida como uma emissora de cartões e adquirente. Com a nova licença do BC, além de acelerar a expansão de sua oferta de serviços bancários, do crédito para pessoas físicas e jurídicas, e de soluções para pagamentos, poderá atuar como uma forma de conexão entre seus clientes e outras instituições, incluindo serviços na área de saúde e comércio eletrônico, dentre outros.
Yamaguti diz que a meta com as mudanças é multiplicar a base de clientes por dez em cinco anos. “Não queremos ser um banco que faz transação apenas, queremos ser um banco de relacionamento. Por isso, queremos que a Afinz adote um modelo de ecossistema”.
O novo modelo já permitiu que os negócios do grupo acelerassem seu crescimento para aproximadamente 70% a partir do segundo semestre de 2020, na comparação com o ano anterior, ritmo que se mantém em 2021.
Em 2020, o grupo teve lucro líquido de R$ 12,3 milhões, uma queda de 33,5% contra 2019, mas é preciso levar em conta todos os investimentos na transformação de Sorocred para Afinz. Além disso, o volume transacionado em seus cartões cresceu mais de 30% em 2020, superando R$ 1,6 bilhão. “Para 2021, a Abecs prevê um crescimento de 20%. Nós projetamos pelo menos duas vezes mais”, diz o CEO da Afinz.
A empresa informou que contabilizou ainda um aumento de 20% em número de cartões emitidos comparando o segundo semestre de 2020 com o mesmo período de 2019. E a previsão de crescimento para esse ano é de mais de 50%. Eles não divulgam os números absolutos.
Atualmente, a Afinz conta em sua rede com aproximadamente 150 varejistas, que já emitiram mais de 6 milhões de cartões para os seus consumidores e mais de 450 mil estabelecimentos ativos na adquirência.
Yamaguti não descarta que as mudanças na empresa levem a uma abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) em algum momento e há interessados. Contudo, não deve ser feito no curto prazo. “Todos nossos projetos contaram e contam com recursos próprios. Se tiver necessidade, vamos buscar, seja por meio de IPO ou investidores, mas não é nossa preocupação agora, afirma"