O presidente da Febraban, Isaac Sidney Ferreira, disse acreditar que abril tenha sido o fundo do poço para a economia, que agora passa por recuperação gradual com a ajuda da reabertura das atividades e dos estímulos fiscais e monetários. “Estamos vendo agora uma retomada mais forte em varejo, que já se encontra próximo dos níveis pré-crise”, disse , em webinar promovido ontem pela Fitch Ratings.

De acordo com Ferreira, nenhum setor passou ileso pela crise, e com os bancos não foi diferente. As instituições financeiras prorrogaram pagamentos de contratos que equivalem a 20% do estoque de crédito, e elevaram as despesas com provisões para devedores duvidosos em 90% na primeira metade do ano. “Após atingir o pico da rentabilidade no ano passado , os balanços e indicadores dos bancos foram atingidos pela crise”, disse.
 
No entanto, ponderou Ferreira, o setor tem atravessado a pandemia com situação favorável de capital. O presidente da ABBC, Ricardo Gelbaum, destacou que o setor financeiro “nunca esteve tão integrado como nesta crise”, com várias iniciativas em conjunto para minimizar os impactos da pandemia. “Estou bastante otimista para a frente.”
 
Para Claudio Gallina, diretor sênior de instituições financeiras da Fitch para a América Latina, a inadimplência é o maior risco para o setor nos próximos meses, e haverá mais clareza sobre ela a partir do quarto trimestre, com alguma estabilização depois disso. Ele também destacou que, nesse novo cenário, os bancos terão de encontrar novas fontes de receitas. “A gente viu piora na qualidade dos ativos e atribui isso à pandemia”, disse Jean Lopes, diretor de instituições financeiras da Fitch.