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ABBC terá guia de ‘melhores práticas’ para questões ESG
A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) lançou uma pesquisa para mapear o alinhamento das 109 instituições financeiras e fintechs que congrega a princípios ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês). O levantamento é o ponto de partida para um guia de melhores práticas que deve ser lançado no fim do ano.
“Não vamos impor metas, mas mostrar o que é possível fazer. O objetivo agora é identificar onde cada um está”, afirma a presidente da ABBC, Silvia Scorsato. “No futuro, esperamos evoluir para isso, ter esse comprometimento.”
Quando assumiu o cargo, em abril, a executiva sinalizou que pretendia dar foco ao ESG em sua gestão. Além da pesquisa, a associação planeja trabalhar com uma consultoria para entender melhor como auxiliar bancos e fintechs na transição para a economia de baixo carbono e em questões sociais.
O pilar de governança, diz Scorsato, é o mais simples de ser trabalhado porque o setor financeiro já é bastante regulado - e, portanto, essa acaba sendo uma dimensão mais cotidiana. Os sociais também estão, de certa forma, presentes em boa parte dos bancos, embora haja muito espaço para melhorias.
A dimensão ambiental e climática é onde Scorsato vê mais terreno a conquistar. Esses aspectos já estão, de certa forma, no radar dos bancos - alguns já fazem captações atreladas a critérios de sustentabilidade, enquanto outros, por exemplo, financiam operações de energia limpa. No entanto, o objetivo é estimular o setor a ir além.
“A instituição financeira vai trabalhar em casa, estudar como neutraliza suas emissões [de carbono] etc. Mas a maior força está em como ela faz a destinação dos recursos”, afirma. “O que hoje é uma vantagem competitiva logo mais será um requisito básico.”
O Banco Central reiterou ontem que trabalha na elaboração de métricas para acompanhar a divulgação, pelas instituições, de informações sobre riscos e oportunidades decorrentes de questões sociais, ambientais e climáticas. A ideia é que os aspectos quantitativos sejam incorporados à regulação em 2022 e levem em conta as recomendações da TCFD, força-tarefa internacional para aprimorar a divulgação de riscos ambientais pelos bancos.
Em nota divulgada após a apresentação do BC, a associação afirma que o alinhamento à agenda internacional “é um avanço importante para o Sistema Financeiro Nacional no enfrentamento dos desafios inerentes a riscos relacionados ao tema ESG”. A ABBC diz que ainda debaterá o conteúdo das novas normas de forma mais aprofundada, mas “de modo geral” a regulação é positiva.