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4 em cada 10 brasileiros já pediram empréstimo consignado ou adiantamento de salário
A situação financeira do brasileiro vem se degradando com a piora do cenário econômico no último ano, com aumento do desemprego e aceleração da inflação, e levando à maior procura por empréstimos.
Em busca de resolver seus problemas financeiros, 4 em cada 10 pessoas (41,4%) já solicitaram empréstimo consignado (aquele em que o valor é descontado diretamente na folha de pagamento do trabalhador), segundo levantamento da Ahfin, fintech RH com foco em saúde financeira, entre outubro de 2020 e julho de 2021 com 1.430 usuários do aplicativo da empresa.
Outros 11,1% não solicitaram empréstimo consignado, mas pensariam a respeito dependendo dos juros cobrado. Já 42,1% não solicitaram, e o restante (5,4%) preferiu não responder.
“Os dados apenas evidenciam uma realidade comum no ambiente de trabalho, com os colaboradores passando por dificuldades financeiras e recorrendo às próprias empresas para saírem da crise”, afirma Jordan Ruan, diretor de sucesso do cliente da Ahfin.
A fintech aponta que a parcela elevada de brasileiros que já recorreram ao crédito consignado está relacionada à dificuldade em poupar e investir dinheiro. Mais da metade (53%) dos entrevistados disse que não consegue investir mensalmente. Apenas 20,4% disseram ser investidores iniciantes, ou seja, possuem rendimentos de aplicações em renda fixa, como poupança, títulos do Tesouro Direto, entre outros.
Somente 7,3% afirmam que são investidores intermediários, com conhecimentos em renda variável, e outros 3,6% se consideram avançados, isto é, possuem investimento tanto em renda fixa quanto em renda variável.
Apesar dos pedidos de empréstimos e a baixa adesão aos investimentos, 60% dos brasileiros acreditam que são organizados com suas finanças pessoais e apenas 14,5% admitem que não gostam de cuidar do próprio dinheiro. Em relação ao ato de poupar, 38,2% dos entrevistados afirmam que não guardam nada e 33,8% buscam poupar um pouco no fim do mês.
Segundo a Ahfin, há uma relação direta entre a queda na produtividade dos profissionais com eventuais dívidas e problemas financeiros, o que evidencia a necessidade cada vez maior de as empresas investirem na educação financeira de seus funcionários.