Queda da Selic é analisada com cautela pelo comércio

As principais lideranças empresariais ligadas ao comércio aprovaram a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que anunciou nesta quarta-feira o corte da taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual. No entanto, segundo esses empresários, os efeitos da queda só deverão começar a ser sentidos de maneira significativa pelo comércio a partir do início do próximo ano.

A Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) informa, em nota, que o Copom poderia ter dado início à trajetória de queda há mais tempo. "As quedas previstas para as taxas de juro até o final do ano não nos dão esperança nenhuma de estímulo para as vendas de Natal", afirma Abram Szajman, presidente da Fecomercio. "Isso porque, mesmo que a queda se repita nos próximos meses, as taxas básicas no Brasil deverão terminar 2005 em níveis recordes mundiais: não abaixo de 18%."

Para a Fecomercio-RJ (Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro) a redução de 0,50 ponto percentual já poderia ter ocorrido na última reunião do comitê. "Com a queda da inflação convergindo para o índice, a queda já poderia ser de 0,75 ponto percentual."

A ACSP (Associação Comercial de São Paulo) disse que a decisão do Copom atende às expectativas do mercado, ao atuar como sinalização para o varejo no tocante às encomendas para a indústria no final do ano. "Esperamos que o Banco Central aproveite para reduzir a taxa Selic a níveis 'civilizados' enquanto as condições da economia brasileira e do cenário internacional estão favoráveis", disse o presidente da associação, Guilherme Afif Domingos.

(Fonte: Folha Online)