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InfoMoney -04/04/11 - 14h25
SÃO PAULO – As medidas macroprudenciais adotadas no final de 2010 pelo Banco Central devem fazer com que este ano seja marcado por um arrefecimento do crédito em todos os principais segmentos. De acordo com a LCA, no último ano o saldo crédito total registrou uma expansão nominal de 20,6%. Entretanto, como efeito das medidas o crescimento não deverá ultrapassar os 13,5% neste ano.
O crédito das famílias – pessoal, consignado e de automóveis – foi o que mais sofreu consequências dessas medidas dentre todas as modalidades, com projeções de redução do número de empréstimos para pessoas físicas em 2011.
Redução dos prazos limitando expansão
De acordo com dados da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) o prazo médio para aquisição de veículos foi reduzido de 44 meses em dezembro para 40 meses em fevereiro.
Conforme relatório da LCA, a redução geral nos prazos surgiu como consequência do aumento da exigência de garantia de capital para financiamentos com prazos maiores, e serviu principalmente para limitar a capacidade de expansão de alguns segmentos.
Alguns bancos também restringiram seus prazos máximos, ao passo que aqueles que não diminuiram os seus prazos tiveram de ajustar seu spread em função do maior custo de captação de capital.
Com isso, a expectativa da consultoria é que o crédito no segmento de pessoas físicas cresça 13,4% no ano, abaixo da alta de 19,1% vista em 2010.
Empresas também devem ver redução
Apesar da maior desaceleração estar concentrada nesse segmento, a LCA destaca que a perda de ritmo do crédito também atingiu as empresas, mesmo que em menor intensidade, com expansão prevista de 12,2% no ano, ante 14,7% em 2010. Ademais, os custos de crédito para pessoas jurídicas tendem a aumentar por demais variáveis como o au mento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para captações externas, anunciado na última terça-feira (29).
Já o crédito com recursos direcionados tem estimativa de crescimento de 14,8% para o ano, valor bastante inferior a 2010, quando foi registrada alta de 28,3% nesta modalidade. Segundo a LCA, a queda surge em função da redução do orçamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com os desembolsos limitados ao valor de R$ 145 bilhões - cerca de 14% a menos do apresentado em 2010.
Além disso, o BNDES anunciou que a sua participação média do financiamento em projetos de investimento foi reduzida de 80% para 70%. Por sua vez, o limite para financiamento de capital de giro será de 30%, contra 50% utilizado anteriormente.
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