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NOVA REGRA É A ESPERANÇA DE RETOMADA PARA O CONSIGNADO

03/04/2009 às 17h57

 

 

jornal DCI 03/04/2009 – José Guerra

  A mudança na regra do crédito consignado, que agora permite ao aposentado pensionista do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) comprometer até 30% da renda, ante limite anterior de 20%, pode gerar um novo boom nesse tipo de financiamento.

Segundo o sócio sênior da GS&MD Gouvêa de Souza, Luiz Fernando Biasetto, a nova regra poderá gerar uma nova onda de procura por esse tipo de financiamento. "Não há dúvida de que haverá crescimento da modalidade. Os bancos receberam a medida de forma muito positiva." Biasetto preferiu não estimar quanto a linha poderia crescer.

Desde maio de 2008, o aposentado e pensionista poderia comprometer até 20% do limite de renda com empréstimo direto, enquanto outros 10% poderiam ser feitos somente via cartão de crédito. Essa mudança foi feita porque, naquele momento, a visão do governo era que essa linha de financiamento estava aquecendo demais o consumo.

Por isso, o analista de GS&MD não crê que essa medida tenha a intenção de prover liquidez aos bancos médios, muitos deles especializados nesse tipo de crédito. "Essa medida vai muito mais na linha de manter aquecido o consumo, e assim manter a economia em andamento", acredita o executivo da consultoria. É claro, completa ele, que o crédito não irá conseguir manter o crescimento de 2008. "A alta do ano passado, porém, estava em patamares irreais", afirma.

Ainda segundo ele, essa linha é ideal para atingir esse objetivo. "O que preocupa no momento é a inadimplência, que é muito baixa no consignado". Dessa forma, diz ele, se estimula uma linha com baixo risco e um bom potencial de crescimento.

Segundo dados do Banco Central, o estoque total de crédito consignado com desconto em folha de pagamento, em janeiro de 2009, chegava a R$ 79,48 bilhões, cerca de 54,7% do total emprestado via crédito pessoal, R$ 145,22 bilhões. Em maio do ano passado, antes da instituição da regra que limitava a 20% da renda, a modalidade chegou a representar 56% do total emprestado via crédito pessoal. Em doze meses até janeiro deste ano, o crédito consignado avançou 20,7%.

Até fevereiro, o total emprestado para pessoa física, ainda segundo números do BC, chegava a R$ 277,482 bilhões, com o crédito pessoal representando a maior participação, seguido por veículos, com saldo de R$ 81,7 bilhões.

 

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