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Braço do HSBC no varejo popular, a financeira Losango, assim como o banco, assume um novo posicionamento no mercado brasileiro. Referência em crédito pessoal no país, a Losango agora concentra suas atividades no financiamento ao consumo, mas não de forma independente. "Nossa missão é ser a melhor empresa de soluções financeiras para o varejista", afirma o presidente Hilgo Gonçalves.
A face mais visível desse redirecionamento está na drástica redução do número de lojas de rua, de 300 para as atuais 150. Segundo Gonçalves, não há planos de fechar mais lojas daqui para frente. "Do contrário, queremos abrir filiais, porém compartilhadas com as agências do HSBC", explica. "Não faz sentido ter agências do banco e lojas da Losango no mesmo lugar."
Foi-se o tempo, porém, em que as lojas de rua da Losango tinham o papel de captar clientes. Hoje, elas servem basicamente de apoio para a principal operação da financeira, que ocorre junto às redes varejistas. As linhas de crédito ao consumo respondem por 70% do volume total de financiamentos, os cartões de crédito por 20%, e os empréstimos pessoais, antigo carro-chefe, por apenas 10%.
A Losango tem hoje parceria com cerca de 23 mil estabelecimentos comerciais em todo o país e espera firmar, ao longo deste ano, outros 10 mil novos convênios. No segmento de cartões, a expectativa é expandir em 20% a atual base de 2,5 milhões de cartões de crédito. Na semana passada, por exemplo, a promotora de vendas do HSBC lançou o plástico "Carrinho Cheio", voltado para aproximadamente 1 mil pequenos e médios supermercadistas de São Paulo. Foram emitidos 30 mil cartões na primeira leva e a expectativa, em cinco anos, é que o número alcance 500 mil.
O orçamento para 2010 da Losango prevê a originação de R$ 4,4 bilhões em financiamentos, valor superior em 10% ao do ano passado. De acordo com Gonçalves, o volume nos cinco primeiros meses já supera em 20% o desempenho no mesmo período de 2009. "E o resultado é três vezes maior que de todo ano."
O executivo lembra que, mesmo durante o auge da crise financeira internacional, a Losango conseguiu ampliar sua participação de mercado em 5 pontos percentuais, chegando aos atuais 21%. Além disso, o índice de inadimplência foi reduzido de 5,6% para 4,9%, segundo Gonçalves.
Embora seja focada na baixa renda, a Losango não deixa de incluir os clientes mais abonados em sua estratégia de crescimento. Serão destinados R$ 400 milhões este ano ao CDC Premium, divisão de financiamento de bens e serviços para as classes A e B.
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