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Lançado há dois meses em parceria com o Banco Safra, o crédito pessoal da Lojas Renner deve alcançar entre 150 mil e 200 mil clientes ao longo dos próximos dois anos, disse ontem o presidente da empresa, José Galló. No fim desse período, a nova operação poderá representar de 20% a 30% do resultado líquido da rede varejista especializada em vestuário, calçados e acessórios, completou o diretor de relações com investidores, José Carlos Hruby.
O crédito pessoal é um dos novos produtos financeiros oferecidos para a base de 9 milhões de portadores do cartão próprio da Renner (serão cerca de 10 milhões no fim de 2006) desde o início de abril. A empresa também está vendendo títulos de capitalização em associação com o banco Icatu. Dentro de mais dois meses serão lançadas algumas linhas de seguros que estão sendo "modeladas", disse Hruby. A seguradora parceira ainda não foi definida.
Ao contrário de outras redes varejistas que formaram joint ventures com instituições financeiras, como fez a Colombo com o Bradesco e o Magazine Luiza com o Unibanco, a Renner optou por parcerias pontuais para os diferentes produtos. Capitalizada, a empresa banca com recursos próprios as vendas em até cinco vezes sem juros. Para a modalidade de até oito parcelas (com encargos de 4,5% ao mês), busca financiamentos em diferentes bancos.
Segundo Galló, o crédito pessoal e os planos de capitalização já estão disponíveis em 60% das 72 lojas da empresa no país e até o fim de junho cobrirão toda a rede. O limite dos empréstimos é de R$ 3 mil, mas o valor médio tem ficado em R$ 800, com prazo de pagamento, na maior parte dos casos, entre dez e o teto de 12 meses. O juro é de 11% ao mês.
Os planos de capitalização ainda estão andando em ritmo "um pouco mais lento" e poderão passar por alguns ajustes, explicou Hruby. O valor mínimo das contribuições mensais, por exemplo, poderá ser reduzido de R$ 40 para até R$ 25 para estimular as vendas, informou. O limite máximo é de R$ 400, com 12 pagamentos e resgate integral com correção pela TR em 60 meses ou a partir do 12º mês com valores reduzidos.
Junto com o aumento das vendas do setor, a maior produtividade das lojas, o fortalecimento da marca e a expansão para a região Nordeste do país, os produtos financeiros fazem parte da estratégia para garantir o crescimento da Renner nos próximos anos, explicou Galló.
A empresa já abriu seis novas lojas no primeiro semestre: duas em Pernambuco, duas no Ceará, uma em São Paulo e uma no Paraná. Planeja mais seis para o período de setembro a dezembro. De 2007 a 2009 serão abertas no mínimo mais oito por ano, levando a rede para pelo menos 102 unidades, afirmou o executivo. Representantes de financeiras e do comércio aprovaram a proposta do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, de permitir aos bancos o desconto em folha das parcelas de empréstimos às pessoas físicas.
Fonte: Valor Online |